SANGRIA PARA REPLANTIO DE ARVORES DE MEDIO PORTE

Se você comprou algumas arvores de médio porte e pouco tempo depois ela começou a morrer, possivelmente ela não foi submetida a um sistema de replantio por sangria.

A sangria no paisagismo é uma técnica de retirada das plantas de médio porte onde as raízes sofrem a menor perda de suas funções, permitindo assim que a planta se torne forte para suportar sua retira do loca de crescimento ate o replantio no local de destino.

As raízes são a porta de entrada para a nutrição das plantas, quando retiramos uma planta de um local, muitas vezes cortamos parte dessas raízes e é assim que muitas acabam por enfraquecerem demais, sendo assim a absorção dos nutrientes ficam inadequadas por consequência elas não sobrevivem.

Para isso não acontecer de modo bruto e deixar a planta doente e fraca, é feita a sangria, como descrito nas etapas abaixo:

1-      Verificar qual é a medida de extensão das raízes do tipo de planta que ira sofrer o replantio. Cada espécie tem suas características e assim um comprimento das raízes é particular a cada uma.

2-       Levar em conta que se uma planta tem raízes de 100 cm, devemos dividir esse comprimento em 3 partes.

3-      Cavar no entorno da planta uma vala de aproximadamente 20 cm por 50 cm de profundida, na medida de 2/3 após a extensão das raízes. Nesta medida mesmo que corte parte das raízes não será tão inadequado.

4-      Preencher essa cavidade com areia.

5-      Repetir o processo de cavidade e areia após 2 semanas na medida de 1/3 da medida.

6-      Nestes intervalos a planta ira reabsorver suas pontas de raízes na medida da cavidade.

1. Meses antes do transplante, é preciso cavar um círculo ao redor da árvore (com pás ou escavadeira) com cerca de seis vezes o diâmetro do tronco. A cavidade pode ter, em média, 60 cm de profundidade, já que as raízes principais estão mais próximas à superfície

2. As raízes são cortadas com serrote de poda, instrumento específico para esse tipo de procedimento. Com o círculo já escavado e as raízes serradas, é preciso jogar terra úmida e muito adubo na valeta, além de regar o local com frequência, dia sim, dia não

3. Após seis meses, novas raízes começam a brotar e a árvore está pronta para o transplante. O torrão – bloco de terra e raízes – é embalado antes da mudança. Quando não há preparação, o torrão e as folhas são borrifados com uma mistura viscosa que mantém a planta nutrida

4. O torrão é embalado com saco de juta, que é biodegradável e não precisa ser retirado na hora em que a árvore é recolocada no solo. Até dá para usar outros materiais, como saco de plástico, por exemplo, mas aí é preciso retirá-los antes de replantar

TÉCNICA DA SANGRIA PARA REPLANTIO

–  Escolher a muda com cuidado

analisando seu tamanho, ramagem e copa.  A sanidade é um dos itens fundamentais neste caso;

– Escolher a melhor época

A época mais apropriada para realizar o transplante é no inverno ou estação das chuvas, conforme a região do país;

– Preparo da muda: a cura ou sangria

É preciso realizar a cura também chamada de sangria.

Consiste em meses antes do transplante cavar um fosso de 50 a 60 cm de profundidade e largura ao redor da muda a transplantar com 50 cm, 80 cm até 1,0 metro de distância do tronco, quanto maior o diâmetro deste, maior a distância .

– Corte das raízes

As raízes deverão receber um corte, reduzindo sua área.

O corte é feito com serrote para as raízes mais grossas e podão para as menores.

Os instrumentos e mãos do jardineiro deverão estar limpas para evitar a proliferação de patógenos.

– Colocar substrato

Logo após o corte das raízes, colocar substrato solto e bem leve como casca de arroz carbonizada, areia e composto orgânico bem particulado, adicionando adubo animal bem curtido.

Não deve ser compactado para que possa ser retirado facilmente depois.

Regar de forma abundante todos os dias em que não houver chuvas.

Este procedimento garante a nutrição para a planta que perdeu a área de captação de nutrientes pela abertura da cova e corte das raízes.

Procedimentos durante a espera do transplante de muda grande

É conveniente tutorar a planta com estacas de eucalipto ou outro tipo de material, amparando e amarrando.

Em caso de região com ventos poderá haver tombamento da muda, acarretando prejuízos.

As palmeiras que estiverem em processo de cura deverão ter estes tutores estaqueados devido ao diâmetro largo e mais superficial de seu sistema radicular.
Use um mínimo de três estacas.

O que fazer com a emissão de novas raízes

O que ocorre a seguir: haverá a emissão de novas raízes que terão menor tamanho.

Isto demanda tempo, cerca de 4 a 6 meses, principalmente em regiões de inverno mais frio quando há o efeito de dormência e pouco crescimento em alguns gêneros de árvores.

Logo após o procedimento para a cura das raízes será preciso realizar uma poda leve na copa.
Como as raízes acompanham a forma da copa na sua projeção, eliminando parte radicular será preciso equilibrar a copa.

A própria planta acaba por cortar o suprimento de água e nutrientes nos ramos que não pode manter e isto representa estresse e perda de energia para a muda.

Adubação no transplante de árvores de grande porte

Adubações de adubos granulados poderão ser feitas, a cada 3 meses com cerca de 100 gramas de adubo formulação NPK 10-10-10 para cada m2 de área de terreno.
O adubo poderá ser incorporado ao substrato ao redor da muda, regando muito bem após cada adição.

A retirada da muda pode ser feita após este tempo.

Como retirar a árvore ou palmeira para transplante

A raiz principal e laterais mais profundas que prendem a planta ao solo são então cortadas libertando a muda do solo.

– A forma do corte para árvores é em forma de cunha, estreitando o diâmetro na parte de baixo.
Isto facilita o manejo de transporte e plantio e diminui o peso do torrão.

– A forma de corte do torrão para a palmeira é em forma de xícara, mais larga que funda, devido ao tipo de raízes desta planta.

Para evitar que o torrão da muda se desmanche este deverá ser envolto em sacos de algodão, aniagem ou outro material biodegradável, preso por cordas.  Desenho 4 da Miriam Stumpf

Se houver grande distância a percorrer este material deverá ser umedecido para que a umidade ajude a manter as raízes vivas.

O transporte é feito em caminhão ou carreta e envolve todo um trabalho de licença ambiental para manejo da muda, licença de transporte, aviso ao departamento de trânsito, contratação de guindaste, escavadeira e mão-de-obra.

Além, é claro, dos insumos de substrato, adubos, estacas e regas necessárias para a implantação e manutenção até que a planta seja liberada, já garantida sua sobrevivência.

Re-plantio de árvore ou palmeira grande

Ao plantar seria aconselhável retirar este envoltório o mais possível para que as raízes não tenham problema de desenvolvimento e absorção de nutrientes e água enquanto o material de proteção usado entra em decomposição.

A luz é muito importante para todas as plantas.

Quando cultivamos plantas dentro de casa sabemos que é preciso dar alguns cm de rotação toda a semana para evitar que a planta cresça somente para o lado da luz.
Uma árvore ou palmeira enraizada no seu local de cultivo recebe a luz solar de forma dirigida, principalmente nas regiões mais ao sul do país.

Para ter sucesso no transplante marque o norte magnético de seu local de origem

Pois para ter sucesso no empreendimento de transplante de uma muda adulta de árvore devemos obedecer a este requisito.

Marca-se o Norte magnético no tronco, usando um giz colorido ou um adesivo.
Ao chegar no local de plantio posicionar na orientação semelhante.

Isto diminui o estresse de transplante e aclimatação da muda no local definitivo.

Fatores de sucesso no transplante

Tutores para o plantio de árvores grandes:

Após o plantio da muda, seu tutoramento também é necessário.
Não está ainda enraizada no local e poderá tombar pela acomodação do substrato, por ventos ou chuva excessiva.

O tamanho da estaca é proporcional à planta.

Muitas palmeiras recebem a proteção de faixas de tecido apropriado e nele são fixados grampos de estais com cordas que serão estaiadas no chão, semelhante aos usados para barracas de campistas.

A retirada dos tutores deverá ser analisada por profissional com conhecimento sobre o assunto.

As regas são fundamentais para o plantio de mudas grandes:

Um dos fatores mais importantes no transplante de árvores e de palmeiras também é a água.

As regas durante a cura, transporte, plantio e pós-plantio são fundamentais para a sobrevivência das mudas. 

Para locais com sistema de irrigação por aspersores será conveniente a instalação de uma mangueira solitária de gotejamento junto do pé da muda.

Em algumas regiões mais quentes são enterradas na hora do transplante um pedaço de 1,0 metro de cano plástico de 2 polegadas, ficando a ponta para fora.
Desta forma até uma mangueira simples de jardim poderá suprir as raízes de água.

No plantio é costume deixar terra ao redor da muda formando uma bacia para que as regas fiquem no setor das raízes sem percolar para outras setores do jardim.
Isto nem sempre é possível.

Nos Estados Unidos algumas empresas trabalham com uma espécie de almofada em forma de gola, colocada ao redor do tronco da muda transplantada.
É de material impermeável furado na parte inferior.

É cheia de água e esta vai lentamente em gotejamento regando a muda. Periodicamente são abastecidas novamente.

O acompanhamento pós-plantio é fundamental para que a muda sobreviva.

São muitos meses de inspeção todos os meses que devem avaliar se a muda se adaptou no local, se necessita de mais adubação, alguma poda de formação, se está recebendo água, etc.