Calliandra sem Mistério por Elio Nowacki

CALLIANDRA

Elio Nowacki

  1. Gênero
  2. Espécies (as melhores para Bonsai)
  3. Características de cada espécie
  4. Propagação
  5. Transplante
  6. Substrato
  7. Insolação
  8. Floração
  9. Rega
  10. Adubação
  11. Estilização
  12. Podas
  13. Pragas e doenças
  14. Dicas

 

GÊNERO

Família: Fabaceae

Subfamília: Mimosoideae

Gênero: Calliandra

Nome popular: Esponjinha, Topete-de-Cardeal, Anjiquinho e outros…

Espinhos: não possui

O gênero Calliandra compreende aproximadamente de 150 espécies. Porém tratamos aqui somente aquelas que, até o momento, estão sendo trabalhadas como bonsai.

O Nome do gênero também é decorrente da numerosa presença de estames, tem sua origem etimológica no grego e significa estames bonitos

Originário de zonas tropicais e subtropicais das Américas.

É um arbusto cuja maioria está localizada no Cerrado do planalto Central. Algumas são específicas da região Nordeste. São o caso da spinosa e a depauperata.

Por ser uma leguminosa apresenta folhas bipinadas, ou seja: as folhas das calliandras apresentam-se divididas em folíolos, e estes por sua vez divididos em outras folinhas ainda menores (foliólulos) (2).

Considero um dos melhores gêneros de plantas para ser trabalhado como bonsai.  Fácil de modelar; crescimento rápido; todos os métodos de propagação e não requer cuidados especiais no seu cultivo.

Tem seu charme especial na exuberante floração, a qual se repete várias vezes durante o ano! De cores variadas conforme a espécie tem, como único senão, a efêmera vida de suas flores.

 

ESPÉCIES

Apesar da variedade de espécies encontradas no gênero Calliandra, apenas algumas são consideradas “boas” para a arte e outras difíceis de se encontrar. Vamos abordar aqui as principais

  1. Calliandra brevipes (Benth) ou Calliandra selloi (Spreng)

Brevipes tem como sinonímia selloi, conforme diferentes autores. Caracteriza-se por ter duas folhas bipinadas (folíolos) em um pecíolo só. E vários foliólulos em cada um dos dois folíolos.

 

A brevipes possui 3 (três) variedades de cores. Tais variedades ainda não foram catalogadas como “variedades”.

A brevipes var. rosa

Tem como característica o fato dos seus estames surgirem brancos na sua base, mas passarem à cor rosa até a ponta.

Note que seus botões são de uma rosa forte quase vermelho.

É a espécie mais cultivada como bonsai.

 

A brevipes var. falsa branca

Essa variedade tem como característica a variação de cores (entre a rosa e o branco) numa mesma planta. Assim como a rosa, tem seus botões avermelhados. Sua característica principal são os estames que surgem brancos em sua base até quase à sua ponta, quando então, sutilmente se tornam rosa. Tal fato só é possível verificar se você juntar todos os estames entre os dedos. Só assim conseguirá ver o tom rosa em suas pontas.

 

 

A brevipes var. Falsa amarela

Tal como as duas variedades anteriores. A brevipes var. falsa amarela tem como característica

O fato de que somente a ponta dos estames é que são amarelos. Contudo, não há variedades ou mistura de cores numa mesma planta. Variedade amarela todas suas flores são iguais. Facilmente se identifica antes mesmo de florirem, pois, seus botões são amarelos.

 

Calliandra teedii

Talvez a espécie que tenha uma das mais belas flores!! De um vermelho vivo, a cor é uniforme em todos os estames. Tem como característica o fato da folha possui vários folíolos e não apenas dois como a brevipes. Por isso suas folhas são maiores. Um tanto quanto mais difícil conduzir essa espécie pelas seguintes razões:

  1. Folhas grandes! Requer um bonsai de maior porte para manter a proporcionalidade
  2. Tende a brotar mais onde exista uma poda (cicatriz)
  3. Entrenós logos
  4. No transplante podar menos raízes do que a brevipes. (30% no Máximo)

Observar o detalhe das folhas com múltiplos folíolos! Esse tipo de folha é característica exclusiva da tweedii entre as calliandras conhecidas. Assim, só ao ver a folha você já consegue identificá-la.

 

Calliandra haematocephala

Eis uma Calliandra de folhas grandes. Contudo, de flores maravilhosas nas cores branca ou vermelha. Assim como a tweedii, por ter folhas grandes requer um maior. Possui folhas bipinadas, como a brevipes, (Ver detalhe em vermelho na foto abaixo) grande e entrenós longos. As folhas são mais rígidas e mais brilhantes. Quer vê-la florir intensamente é só desfolhar no início da primavera.

Pecíolo grande; dois folíolos grandes; vários foliólulos grandes = bonsai grande! A beleza de sua flor vermelha………………….

…………………..e o que dizer de sua flor branca???????????????

Detalhe: Na vermelha seus botões são de cor rosa e na branca são de cor amarela!!

Calliandra surinamenses

Possui uma floração de uma rosa mais esmaecido, não tão forte quanto a brevipes.

Muito semelhante à haematocephala, tem como principal diferença os ramos e pecíolos.

Os ramos novos têm cor arroxeada e as folhas são menores. Seus foliólulos são alongados. Veja a diferença!

Folha da haematocephala……………………………………..Folha da surinamenses

Difícil distinguir???? Quem disse que é fácil!!!!!!!!!!!!!!!!!

 

 

Calliandra spinosa

Planta que se adequou na região nordeste do Brasil e que tem como característica marcante a textura do tronco que é corticosa. Possui folhas bipinadas tal como a brevipes, com a diferença de que na spinosa o ramo tem uma leve mudança de direção em cada axila das folhas, assim como acontece com o Piteco.

spinosa aceita muito bem estaquia de galhos grossos e enraíza rapidamente.

Ao manusear uma spinosa, já com tronco corticoso, fazer com cuidado para que partes da casca não se soltem.

Na região sul, a spinosa está tendo um bom desenvolvimento, apesar da grande diferença de

clima em relação ao nordeste. Com três anos de idade o colo (início do tronco) começa a ficar com a textura rugosa.

Muda de semente com 3 anos.

Tronco com a base já corticosa

Habitat da spinosa

Foto abaixo cedida por: Sergivaldo

 

Floração – Parece uma chuva de estrelas………………….!!!!!!

Foto abaixo cedida por: Sergivaldo!

Calliandra depauperata

Tal a espécie mais difícil de se cultivar como bonsai visto sua fragilidade, por isso faz jus ao seu nome “depauperata”. Encontra-se em solo muito pobre e normalmente em cima de rochas.

A lignificação é bem rápida em galhos com 2 ou 3 mm. Muito quebradiços, por isso a aramação deve se dar quando os galhos ainda estão verdes.

Importante! Apesar de seu habitat inóspito, não quer dizer que essa espécie deva ser cultivada em ambiente similar, pelo contrário, ela “sofre” no seu ambiente, mas não quer dizer que goste. Assim, o cultivo nas demais regiões deve ser como as demais espécies irmãs.

Essas são as principais espécies e suas variedades utilizadas para se fazer BONSAI!!

PROPAGAÇÃO

A propagação pode ser por semeadura, estaquia e alporque. (Válido para todas as espécies)

SEMEADURA: O fruto (vagem) tem a característica de brotar verticalmente para cima, podendo ser colhido tão logo as bordas da se tornem marrons. Se deixar a vagem secar as sementes são expulsas sem que se possa colher. Outra alternativa é

“envelopar” a vagem ainda verde com “tule” tecido rendado tipo mosquiteiro, assim quando a vagem abrir as sementes ficarão retidas no “tule”.

Semear tão logo sejam colhidas pois, tem vida de curta duração após colhidas.

Não precisam de nenhum tipo de tratamento para germinar. Basta apenas semear.

ESTAQUIA – Procede-se normalmente no processo de estaquia. De ponteiros melhor na primavera e de estacas basais, melhor no outono. Sempre é bom fazer o corte da casca de maneira que exponha a maior quantidade do cambium (que é de onde surgirão raízes)

Em estacas mais grossas sempre é bom usar um hormônio na parte descascada, seja em forma de pasta, líquido ou pó! Ex.: Tiamina, AIB, Super Thrive, etc.

OBS.: Nunca, mas nunca, exagere na dosagem do hormônio sob pena de causar efeito rebote e não fazer o efeito que se espera.

ALPORQUIA – Aceita tranquilamente esse tipo de propagação que, sendo bem-feita, em 45/60 dias já apresenta bom enraizamento.

Época ideal para se fazer alporquia começa no final do inverno e vai até meados do verão.

Já a época de retirada Vai de meados da primavera até final do verão!

Tão ou mais importante do que a época de se fazer a alporquia é a RETIRADA do alporque. Isto porque a planta será “desmamada” e terá que se sustentar pelas novas raízes. Assim, O enraizamento deve ser abundante e numa época em que a planta está ativa.

Material a ser usado no alporque: Sphagno, vermiculita (são os melhores materiais. Cobrir com um plástico transparente e por cima, tipo avental, um plástico preto.

O transparente é para você avaliar como está o enraizamento e o preto é para inibir a iluminação (raízes são foto sensíveis) além de absorver melhor o calor (fundamental para enraizamento (calor e umidade)

Estando bem vedado não precisa umedecer mais até à retirada

Outra opção é usar o vaso cortado, caso o ramo ou tronco a ser alporquiado esteja na vertical. Aí sim, precisa regar constantemente. O material usado pode ser usado o memo.

Não esquecer na hora de envasar o alporque distribuir bem as raízes, radialmente. Isso você consegue bem usando a vermiculita, que sai fácil dentre as raízes.

TRANSPLANTE

Importante! No transplante não retirar mais do que 50% das raízes, principalmente da Tweedii. Deve ser feito em apenas duas ocasiões:

A melhor ocasião: Final do inverno (15 de agosto até 30/setembro) A segunda melhor ocasião: Meados do outono (01/abril até 30/abril)

Em plantas jovens o transplante DEVE ser efetuado anualmente, podendo até duas vezes ao ano. Isso se deve ao excepcional crescimento das raízes. Caso esteja em vaso grande, pode ser uma vez ao ano.  Já plantas maduras podem ser feitas em até dois anos, desde que o vaso não seja muito pequeno.

Depois de envasado colocar a planta numa bacia com água e um hormônio, tipo Superthrive (20 gotas por litro) ou em Tiamina (Vitamina B1)

Após o transplante, se feito no final do inverno, deixar uns 30 dias no sol indireto. Se for no outono, pode deixar no sol.

Não regue demais pois como você podou raízes (podou, né? Caso contrário não teria porque transplantar………rs) as mesmas não têm capacidade de boa absorção de água. Bom, muito bom, é você borrifar as folhas com água uma ou duas vezes ao dia.

Exemplo de planta com as raízes “afogadas”

SUBSTRATO

Apresenta melhores resultados em solos ricos em Matéria Orgânica e bem drenados, deve se tomar o cuidado de não encharcar demais o solo.

50%de pedrisco e/ou caqueira. Costumo misturar os dois, mas caso queira usar só caqueira, melhor. Os outros 50% deve ser material orgânico (Condicionador de solo, Terra peneirada, turfa, etc)

Sempre procurar material que não vire pó em curto espaço de tempo.

INSOLAÇÃO

As caliandras gostam de muita luminosidade, preferem sol pleno, ou pelo menos 5 a 6 horas diárias. Contudo, no verão mais forte, o sol a pino faz com que as folhas se fechem (preservando a transpiração). Assim, caso seja possível, fazer uma cobertura com sombrite (50%) a ser usada somente nesse período!

Como é uma florífera (flores necessitam de muito sol) não existe em deixar sua Calliandra no sol. Porém, não pode descuidar da rega em hipótese alguma.

“Eu acho que é justo dizer que altas temperaturas do verão e a colocação de bonsai em pleno sol durante todo o período de crescimento provavelmente tem algum efeito negativo sobre as raízes de um bonsai, principalmente em países com clima quente, como o nosso. Precauções ao meio-dia, como sombreamento e irrigação para resfriar os recipientes podem ser o melhor para um bonsai.

Artigo de fonte de pesquisa: Andy Walsh

FLORAÇÃO

Não tem como negar que o charme, beleza, atrativo de uma Calliandra é a sua floração, seja qual for sua espécie.

Calliandra haematocephala

A Calliandra floresce diversas vezes durante o ano! Normalmente suas florações começam em meados da primavera e vão até o final do verão.

No final da apostila dou diversas dicas para privilegiar a floração da sua Calliandra!

REGA

Eis uma coisa que a Calliandra dá muita importância: Água!

Sentem rapidamente a falta de água reagindo com o amarelamento das folhas, com exceção da Tweedii, que é mais resistente ao estresse hídrico.

Regue abundantemente, seja pela manhã, tarde ou ao meio dia. Tanto faz. Existe um mito de que não se deve regar uma planta ao meio-dia.

 

Citação:

“Para citar uma fonte mais confiável, o professor Liang Amy em seu livro a “Living Art of Bonsai” afirma que “se a luz solar passa através de uma gota de orvalho diretamente, sua energia é de apenas 0,2 calorias por minuto. É, portanto, incapaz de queima folhas, além disso, 1/4oz de água absorve aproximadamente 540 calorias de calor quando se evapora, fica claro que ao invés de chamuscar as folhas, a água ajuda a diminuir a temperatura (da superfície da folha)”.

Como todo bonsai, independente de gênero, espécie, regue sempre o substrato e não as folhas. Se quiser regar as folhas, tudo bem, mas jamais se esqueça que quem bebe a água são as raízes ciliares que se localizam no fundo do vaso. Daí a importância dum substrato com boa drenagem.

ADUBAÇÃO

Como qualquer organismo vivo, a planta também precisa se alimentar para crescer saudável. Quando adubamos uma planta, estamos enriquecendo o solo e disponibilizando um estoque de nutrientes para que o alimento por ela produzido seja de qualidade e possa suprir todas as suas necessidades.

Você pode optar por adubo orgânico ou inorgânico (químico todos eles são!) A Calliandra não é uma planta exigente ou seletivo em termos de nutrientes.

Mas é importante você saber o que planta está recebendo; o que precisa; na quantidade que precisa e quando precisa.

Assim como as demais plantas minhas, uso o Osmocote 15-9-12 (única formulação que contém micronutrientes). A proporção é de 01 colher de chá por litro de substrato. Mas, na realidade é no zoiômetro mesmo. Até porque, por ser de lenta liberação, se exagerar, não prejudica a planta.

   

   

  

 

Obs.: Não estou recebendo comissão pela propaganda……….rsssssssssss

No outono faço de 3 a 4 aplicações de fosway líquido 0-30-20 (alta concentração de Fósforo e Potássio) isso ajuda muito para a planta produzir e guardar energia para a primavera. Aliás, faço isso em todas as minhas espécies.

Nos meus bonsais considerados “prontos” uso um adubo orgânico cuja formulação é 6-5-2. Isso é apenas para “manter” a planta, pois já não quero que ela se desenvolva demais.

ESTILIZAÇÃO

Calliandra aceita qualquer estilo! É um arbusto, tal qual a azaleia! Dois estilos que NÃO recomendo: Chokkan e Fukinagashi – justifico:

Chokkan, por ter o tronco reto e galhos retos perde muito da naturalidade sinuosa da Calliandra.

Fukinagashi, ao florescer, com os pom-pom para cima, perderá o visual de “varrido pelo vento”

Estilos mais usuais: Moyogi, Kengai, shakan, Sokan, Yose-uê, Hokidachi, Kabudaki. Literati.

Se você vai cultivar uma Calliandra, seja de semente ou de muda, procure moldá-la desde cedo, pois quando já grande toda poda gerará grande cicatrizes que dificilmente fecharão (característica da Calliandra)

 

 

 

 

     

Hokidachi                          Moyogi                                      Shakan                                 Flat-Top

   

Literati                       Kengai

PODA

Na poda de raiz. Como já foi dito anteriormente, seja comedido na poda da mesma.

Já na poda aérea, ela aceita bem podas mais agressivas. Contudo tem que respeitar as épocas. Na poda inicial, quando você define estilo, frente, tamanho etc., você pode fazer no final do inverno até final do outono, ou seja, só não faça durante o inverno.

Podas parciais de galhos para ramificar é melhor fazer durante a primavera. Vale lembrar que a Calliandra tem difícil cicatrização, assim, tem que fazer a poda e dar um bom acabamento com uma ferramenta adequada.

Nunca esqueça que numa poda mais radical é importante observar o ângulo do corte……..

Em se tratando de uma planta com madeira dura, exceto poda de topo, nas demais não se faz necessário o uso de selante/cicatrizante.

PRAGAS E DOENÇAS

Poucas são as pragas que atacam a Calliandra. Porém, nas pragas e doenças endêmicas (usuais nas plantas na sua região/bairro) podem atacar seu bonsai (ex.: Formiga cortadeira)

As mais comuns: Cochonilha lanosa, cochonilha de raiz, vespa da galha.

Cochonilha lanosa ou cerosa!

Aplicação de qualquer inseticida resolve!

Cochonilha de raiz

Essa é mais complicado pois podem nascer entre as raízes e aí e você vê sua Calliandra definhar e não sabe o que é! Só retirando do vaso e lavando as raízes. Combate: Inseticida sistêmico quando a planta ainda está no vaso ou, ao lavar, as raízes, borrifar um inseticida comum.

Sempre examinar seu bonsai por inteiro pois se escondem onde puderem.

Vespa da galha

É uma das pragas que mais atacam a Calliandra. Dificilmente você vê a vespa, mas detecta facilmente que ela esteve visitando sua planta.

Embora não causem grandes males à planta é melhor retirar manualmente as galhas e borrifar a planta com algum inseticida.

DICAS

-Toleram frio, mas não geadas

-Não cicatrizam bem! Então, nivele a cicatriz com a casca e pinte com tinta PVA da cor da casca (tapeia….rss)

-Para uma florada simultânea, quando surgirem os botões, prestes a se abrirem, coloque a planta na sombra. Uma semana depois coloque a pleno sol.

  • Aceita até 3 (três) desfolhas por ano. MAS, veja se as desfolhas SÃO necessárias.
  • Modelagem -Para conseguir conicidade no tronco tem que adotar a técnica de usar sempre um galho para tomar o lugar do tronco, sucessivamente, caso contrário o crescimento é cilíndrico.

-Quando as flores abrirem mantenha a rega abundante, mas sem molhas as flores.

-Assim que as flores murcharem retire-as todas para que nova brotação venha com vigor.

-Quando as vagens estiverem com as bordas marrons, retire as sementes e semeie.

-Retire sempre os brotinhos ladrões do interior da planta.

-Não precisa retirar os liquens do tronco.

 

Bibliografia:

Estudo sobra Calliandra – Oscar Risch Neto Fotos das spinosa cedidas por: Sergivaldo

 

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