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A Índia tem uma população de mais de um bilhão de pessoas e muitas delas moram em locais pobres e quase inacessíveis. Meghalaya, por exemplo, no nordeste do país é o lar de florestas subtropicais montanhosas cheias de riachos e desfiladeiros. A fim de fazer a travessia nesses locais, os moradores arrumaram uma forma engenhosa de engenharia natural: a ponte de raiz viva, mas eles tiveram que ser muito pacientes pois a ponte literalmente tem que crescer até atravessar um obstáculo natural.
- Via: Ashwin Mudigonda
Parece sempre chover em Meghalaya, os rios são frequentemente muito perigosos e caudalosos. Este é um dos locais mais úmidos no planeta. A precipitação constante combinada com o terreno acidentado, encostas íngremes e espessa folhagem das florestas faziam com que muitas partes das florestas de Meghalaya fossem inacessíveis. No entanto, as pessoas inventivas e engenhosas que vivem ali encontraram a maneira.
Pontes eram necessárias, isso estava óbvio. Contudo, sem as ferramentas necessárias para derrubar árvores grandes o suficiente para fazer o trabalho, o povo War Khasi continuava de mãos amarradas. No entanto, um deles notou a maneira que as árvores na área crescem: sobre pedregulhos, falésias ou ao lado dos rios e a maioria das raízes são aparentes. A resposta estava em manipular essas raízes em benefício do povo.
Durante muitos anos, as pessoas gradualmente começaram a “treinar” as raízes a crescer por sobre os obstáculos que deveriam transpor, até que se enraizassem no outro lado (ou que se encontrassem e se enrolassem com as raízes da margem do outro lado do rio). Ao longo do tempo o povo War Khasi tornou-se extremamente eficiente nesta façanha de engenharia natural e algumas das pontes têm uma extensão de mais de trinta metros. Ademais, com a manutenção cuidadosa as pontes são autossustentáveis e auto renováveis. Algumas pontes são tão velhas que acreditam que têm mais de 500 anos de idade.
As duas principais espécies de árvores que possibilitaram tudo isso foram majoritariamente duas: a figueira de bengala (Fícus benghalensis) e a árvore-da-borracha (Fícus elástica). Para fazer com que a raiz nasça na direção desejada eles usam uma palmeira chamada areca. Seu tronco oco cria um sistema de orientação para as raízes até o ponto desejado. Uma vez que as raízes chegam ao fim de uma destas guias, outra é colocada no final, e assim por diante até que a ponte esteja completa. Como são abundantemente regadas pela chuva, uma vez que chegam ao outro lado do rio se instalam lá.
No entanto, tudo isso leva tempo, muitas vezes até vinte anos para atravessar o rio e mais alguns para as raízes crescerem e se tornarem suficientemente fortes para sustentar o peso. Costumamos falar sobre o futuro, de naves espaciais intergeracionais que deverão cruzar os sistemas solares de muitos anos luz de distância da Terra. Talvez alguns membros do povo War Khasi devam fazer parte desta tripulação, porque de paciência e perseverança eles são especialistas.
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Meghalaya’s Living Bridges – As pontes vivas de Meghalaya