Propagação Vegetativa por Enxertia
obs: Esta matéria é proveniente da compilação de várias páginas da internet, mas a principal foi a da ( www.embrapa.br )
A enxertia, uma das formas de propagação assexuada de plantas, é conhecida como o processo de juntar duas plantas ou partes da planta de tal maneira que elas possam se unir e continuar o seu crescimento originando uma nova planta. Essa nova planta, formada por meio da enxertia, compreende basicamente duas partes: o enxerto (ou garfo) e o porta-enxerto (ou cavalo).
Eventualmente, pode-se utilizar o Inter enxerto, também conhecido como filtro, que é uma porção intermediária entre o porta-enxerto e o enxerto, usado principalmente quando existe algum problema de incompatibilidade entre as partes envolvidas ou para controlar o crescimento da copa.
OBS: Inter enxerto: A Inter enxertia é uma prática que é usada, quando se deseja unir duas plantas que, sabidamente, são incompatíveis, ou quando se pretende diminuir o vigor da cultivar copa. Essa técnica consiste em interpor um fragmento de uma planta entre o enxerto e o porta-enxerto.
Um exemplo grotesco: enxertar uma maça em uma laranjeira, de forma direta não daria então o produtor faria o seguinte (lembrando é só um exemplo fictício e grotesco) no cavalo/laranja , enxertaria um pé de uva pois laranja e uva combinam , e como a uva combina com maça ele enxertaria a maça na uva. Neste exemplo grotesco a uva serviria como ponte de ligação entre duas plantas que não combinam
Condições ambientais
As condições ambientais podem influenciar no bom desenvolvimento da nova planta. As principais condições ambientais que influenciam na enxertia são:
a) Temperatura: geralmente temperaturas abaixo de 4 °C e acima de 32 °C dificultam o processo de cicatrização. Temperaturas baixas retardam o processo de cicatrização, enquanto temperaturas elevadas aceleram a brotação das gemas antes da cicatrização, ou provocam morte dos tecidos. Geralmente, temperaturas entre 20 °C e 28 °C são mais indicadas para se obter sucesso na enxertia. Porém, a ideal varia muito entre espécies.
b) Umidade: essa é uma condição necessária para que ocorra multiplicação celular e, consequentemente, união entre porta-enxerto e enxerto. A falta de umidade faz com que ocorra rápida desidratação dos tecidos, provocando a morte destes. Por outro lado, excesso de umidade pode provocar o surgimento de doenças, o que dificulta a formação da união entre enxerto e porta-enxerto. Deve-se evitar déficit hídrico durante a formação das mudas.
c) Oxigênio: necessário durante a divisão e alongamento celulares. Deve-se evitar usar materiais que não permitam trocas gasosas, tais como alguns tipos de ceras ou outros protetores.
d) Luminosidade: intensa luminosidade pode causar dessecamento rápido do enxerto, culminando em sua morte. Recomenda-se fazer a enxertia em dias com baixa luminosidade ou nublados, ou, ainda, proporcionar sombreamento na muda Quando for feita em mudas de raiz nua ou que estejam em recipientes, a enxertia pode ser realizada em local sombreado.
e) Vento: pode provocar deslocamento do enxerto, principalmente na enxertia de garfagem, fazendo com que as partes envolvidas não mantenham contato adequado e necessário para a união dos
tecidos. Pode, também, provocar a quebra do enxerto no ponto da enxertia, além de acelerar o processo de desidratação.
f) Idade do porta-enxerto: geralmente, porta-enxertos mais jovens possibilitam um maior índice de pegamento, por apresentarem atividade celular mais intensa, facilitando o processo de cicatrização.
g) Época da enxertia: quando se utiliza a enxertia de garfagem, a época mais adequada é o inverno. Quando se utiliza a enxertia de borbulhia, recomenda-se a primavera/verão e o outono. Para plantas que perdem as folhas no inverno (caducifólias), é preferível esse período, e, para aquelas que não perdem as folhas (perenifólias), a enxertia é realizada na primavera/verão
h) Sanidade do material: as plantas a serem utilizadas para enxertia devem estar livres de pragas e doenças, para maior índice de pegamento dos enxertos e melhor desenvolvimento das novas plantas.
i) Técnica de enxertia: a enxertia, para ser bem sucedida, deve ser praticada com todo o cuidado. Frequentemente, o uso inadequado de técnicas de enxertia é verificado pela pequena área de contato entre os câmbios do enxerto e do porta-enxerto, por cortes desuniformes, por amarração errada ou demorada, pelos danos mecânicos causados na retirada da gema, pela desidratação dos ramos fornecedores de gemas e nas ferramentas pouco afiadas ou contaminadas, entre outros.
j) Habilidade do enxertador: quanto mais rápido for o processo de enxertia, e quanto mais uniformes os cortes, melhor será o índice de pegamento, uma vez que as partes envolvidas sofrerão menor influência dos fatores externos (sol, temperatura, patógenos, etc.).
h) Polaridade do enxerto: para que ocorra a união, é necessário que se mantenha o enxerto na posição normal, principalmente na enxertia de garfagem.
Tipos de enxertia
Existem numerosos métodos de enxertia, os quais são aplicados de acordo com a resposta das espécies à enxertia, a facilidade e habilidade do enxertador, o custo e operacionalidade da mesma. Porém, somente alguns têm importância para uso econômico, enquanto outros podem ser utilizados eventualmente. A enxertia pode ser classificada de duas maneiras, quanto ao método de enxertia, ou quanto à época de realização da mesma. Quanto à época de realização, a enxertia é classificada em enxertia de primavera/verão, enxertia de verão/outono e enxertia de inverno. Porém, essa classificação é mais adotada no Sul do Brasil, onde as estações do ano são mais definidas, principalmente em relação à temperatura. Nas demais regiões do País, essa classificação não é muito importante, sendo mais utilizada a classificação quanto ao método.
Quanto ao método, existem diversos tipos de enxertia que podem ser utilizados, entretanto as principais categorias são a garfagem e a borbulhia e, em menor escala, a encostia. A seguir, são apresentados os principais métodos de enxertia utilizados na produção de mudas de fruteiras.
Enxertia de garfagem
A enxertia de garfagem consiste em soldar a porção de um ramo destacado, chamado de garfo ou enxerto, sobre um porta-enxerto ou cavalo. O garfo pode ser cortado em forma de bisel ou de cunha, e conter um número variável de gemas. No Sul do País, esse tipo de enxertia é realizado no período de repouso vegetativo das plantas (inverno), principalmente no período de julho a agosto, sendo muito utilizada na macieira, na pereira e na videira. Os ramos devem ser formados no último ciclo vegetativo, e a enxertia pode ser realizada no campo ou em galpão. Quando realizada a campo, os porta-enxertos devem estar estabelecidos no viveiro e, quando realizada em galpão, os porta-enxertos enraizados são enxertados e então colocados no viveiro. As mudas devem permanecer no viveiro durante um ano, quando então estão prontas para serem plantadas no local definitivo. Porém, o seu uso não se restringe a essa época e região. Esse tipo de enxertia é utilizado com sucesso em fruteiras na fase de crescimento vegetativo, como é o caso do abacateiro, da mangueira da videira, entre outras.
Os principais tipos de enxertia de garfagem utilizados na fruticultura são descritos a seguir.
Garfagem em fenda cheia
Também chamado de enxertia de garfagem no topo, esse é o tipo de enxertia mais fácil de ser executado, além de ser o mais eficiente quando se tem grande diferença de diâmetro entre enxerto e porta-enxerto. Consiste em decepar o porta-enxerto, a uma altura variável, normalmente entre 15 cm e 20 cm, dependendo da espécie e das condições da enxertia. A seguir, faz-se um corte no topo do porta-enxerto, de forma a formar uma fenda para o encaixe do enxerto. Esse corte, geralmente, tem em torno de 2 cm comprimento, podendo, em alguns casos, ser maior, com até 5 cm de comprimento. No enxerto, também chamado de garfo, faz-se um corte em forma de cunha, o qual é introduzido no corte realizado no porta-enxerto. Logo em seguida, realiza-se a amarração, tomando o cuidado para que pelo menos um dos dois lados da enxertia mantenha a casca de ambas as partes em perfeito contato, caso ambos não apresentem o mesmo diâmetro Todo o processo deve ser feito o mais rápido possível, de forma a evitar a influência de fatores externos (vento, temperatura, patógenos, etc.), que podem prejudicar o pegamento do enxerto. Por isso, é importante a habilidade do enxertador.
Garfagem em fenda simples
Também chamada de enxertia de garfagem a inglês simples. Esse tipo de enxertia é um dos métodos mais simples. É necessário que o enxerto (garfo) e o porta-enxerto apresentem o mesmo diâmetro, ou muito semelhantes. A técnica consiste em fazer um corte em bisel no garfo e outro no porta-enxerto, os quais são colocados sobrepostos de modo que ambas as partes fiquem em perfeito contato. Esse tipo de enxertia apresenta o inconveniente de o enxerto quebrar-se muito facilmente, mesmo após a planta atingir a fase adulta. Também, mesmo após a amarração, não apresenta grande firmeza durante o processo de cicatrização, de forma que se torna muito sensível ao deslocamento do enxerto, fazendo com que as partes não fiquem em perfeito contato, dificultando o pegamento.
Garfagem em fenda dupla
Também conhecida como enxertia de garfagem a inglês complicado. É semelhante ao inglês simples, porém, após o corte em bisel do enxerto e porta-enxerto, faz-se uma incisão longitudinal no terço inferior do garfo e outro no terço superior do porta-enxerto, para que haja perfeito encaixe entre as fendas. Esse método é mais utilizado do que a enxertia de garfagem em fenda simples por proporcionar maior área de contato entre as partes e também maior fixação, em razão do maior encaixe dos cortes. Recomenda-se que o diâmetro do enxerto seja o mais próximo possível do diâmetro do porta-enxerto. Esse tipo de enxertia é utilizado para a propagação da macieira no Sul do Brasil.
Enxertia de borbulhia
Também conhecida como enxertia de gema, consiste na inserção de uma pequena porção de casca de uma planta (enxerto), contendo uma única gema, sobre um porta-enxerto. Esse tipo de enxertia é mais utilizado em plantas mais jovens, e a enxertia pode ser de gema ativa, geralmente na primavera/verão, quando as plantas se encontram em plena atividade vegetativa, ou de gema dormente, quando as plantas já se encontram no período de repouso vegetativo, geralmente outono Porém, essa classificação quanto à época do ano em que é realizada é mais adotada na Região Sul do Brasil, onde as estações são mais definidas, principalmente em relação à temperatura. No caso da enxertia de primavera/verão, essa é realizada nos meses de novembro e dezembro, podendo ser prorrogada até fevereiro. Essa época é muito utilizada em fruticultura, pois proporciona a obtenção da muda em apenas um ciclo vegetativo. O método mais utilizado é a enxertia em “T” invertido, que é muito utilizada na propagação do pessegueiro no Sul do Brasil. Porém, outros métodos podem ser utilizados, dependendo da espécie a ser propagada. No caso da enxertia de verão/outono, essa é realizada no final do verão ou início do outono. Esse tipo de enxertia não é muito utilizado, mas pode ser uma alternativa para o aproveitamento de porta-enxertos que não apresentam diâmetro adequado para a enxertia de primavera/verão (novembro/dezembro). O inconveniente é que as mudas precisarão de dois ciclos vegetativos para estarem formadas. Quando realizada, normalmente também é em “T” invertido. Existem diversas formas de realizar a enxertia de borbulhia quanto ao método, porém o princípio é o mesmo para todas as formas. As principais formas de enxertia em borbulhia são descritas a seguir.
Enxertia de borbulhia em “T” normal
É a forma mais conhecida de enxertia de borbulhia. Seu nome deriva da forma como é feita a incisão no porta-enxerto para inserção da gema (borbulha). As gemas para enxertia devem ser retiradas dos ramos fornecedores de borbulhas, coletados, previamente, da planta que se deseja utilizar como cultivar copa. Inicialmente, faz-se uma incisão na forma de “T” no porta-enxerto, realizando-se um corte vertical de 2 cm a 3 cm e, na extremidade superior, um corte horizontal. Esses cortes devem ser feitos a uma altura aproximada de 20 cm do solo, cortando-se somente a casca que será desprendida do lenho. O porta-enxerto deve apresentar diâmetro aproximado de um lápis, ou seja, em torno de 6 mm a 8 mm. Depois de realizada essa incisão, a gema para enxertia é retirada dos ramos fornecedores de borbulhas. Para isso, faz-se um corte de modo que seja atingida parte do lenho, sem danificar a gema, e, depois, faz-se outro corte transversal da casca (Figura 4A) e faz-se a retirada da gema, com cuidado para não causar danos à mesma. Após a retirada da gema, essa deve ser inserida no corte efetuado no porta-enxerto, o mais rápido possível, para evitar desidratação e oxidação, de modo que essa fique protegida. A inserção deve ser feita de modo que a gema fique na posição correta, ou seja, o corte transversal da gema deve ficar em perfeito contato com o corte transversal no porta-enxerto. Nesse ponto, iniciar-se-á a união entre as partes que originarão a nova planta. Realizado esse procedimento, deve-se proteger a gema enxertada amarrando uma fita de polietileno no sentido de cima para baixo, evitando que a gema seja empurrada para fora do corte e cuidando para que a gema não seja coberta pela fita, para facilitar a brotação. Deve-se observar que a casca do corte transversal da gema fique em perfeito contato com a casca do corte transversal no porta-enxerto. Caso a gema fique coberta com a fita durante a amarração, deve-se retirar a fita quando a gema começar a brotar
Enxertia de borbulhia em “T” invertido
Idêntico ao método anterior, só que, nesse caso, o corte é feito na forma de T invertido, como o próprio nome diz. Em locais onde ocorre muita chuva, ou para espécies que liberam muita água quando cortadas, esse tipo de enxertia previne a entrada de água na incisão na casca do porta-enxerto. A entrada e o acúmulo de água no local da enxertia impedem que ocorra união, pois provoca apodrecimento dos tecidos. Nesse tipo de enxertia, a amarração deve ser feita de baixo para cima, evitando que a gema seja empurrada para fora do corte. É bastante utilizada para propagação de fruteiras, especialmente nos citros (laranja, limão, etc.), no pessegueiro e na ameixeira.
Enxertia de borbulhia em placa ou escudo
Esse método é também chamado de borbulhia de placa com janela aberta. É utilizada em espécies que apresentam casca mais grossa, como a nogueira-pecã, o caquizeiro, a goiabeira, podendo também ser utilizada no pequizeiro e na mangabeira. É mais lenta e de difícil execução do que a enxertia em forma de “T”. Nesse tipo de enxertia, o porta-enxerto deve apresentar diâmetro entre 1,5 cm a 2,5 cm no ponto de enxertia, que é realizada, preferencialmente, a uma altura aproximada de 20 cm do solo. Deve-se abrir na casca do porta-enxerto uma janela de cerca de 3 cm a 4 cm de altura, com uma largura de aproximada de 1 cm a 1,5 cm. Uma placa de casca sem lenho, contendo uma gema, com essas mesmas dimensões, deve ser retirada de uma planta matriz selecionada, e inserida na janela aberta no porta-enxerto. As dimensões da janela e da placa devem ser sempre o mais próximo possível, possibilitando o perfeito contato entre a casca de ambos, o que proporcionará maior sucesso na enxertia. A amarração deve ser feita de baixo para cima.
Para esse tipo de enxertia, pode-se utilizar canivete de lâmina dupla, apropriado para esse fim. Com esse canivete, fazem-se dois cortes paralelos na horizontal e dois cortes paralelos na vertical, tanto no porta-enxerto quanto na haste de onde será retirada a placa para a enxertia. Nesse caso, o encaixe da placa na janela do porta-enxerto é perfeito, facilitando o processo de enxertia e o pegamento dos enxertos; pode-se, também, utilizar um vazador, com cerca de 2 cm de diâmetro e com as bordas bem afiadas, para realizar os cortes.
Enxertia anelar
Esse tipo de enxertia consiste em remover a casca na circunferência do caule do porta-enxerto, formando um anelamento; nessa circunferência, pode-se manter uma faixa de casca no porta-enxerto (Figura 6A), ou eliminar toda a casca (Figura 6B). Para isso, fazem-se dois cortes paralelos ao redor do porta-enxerto, com distância aproximada de 1,5 cm a 2,5 cm, a uma altura em torno de 20 cm do solo. Para obtenção da gema a ser enxertada, faz-se o mesmo corte no ramo fornecedor de borbulha, previamente coletado da planta matriz. Esse anel contendo a gema será introduzido no anelamento feito no caule do porta-enxerto. A amarração deve ser feita de baixo para cima.
Enxertia de borbulhia de gema com lenho
Esse tipo de enxertia é utilizado quando a casca não se desprende do lenho, dificultando a adoção de outros tipos de enxertia, como a borbulhia em forma de “T”. O método consiste em retirar um fragmento de um ramo com uma gema e parte do lenho que é a porção mais lignificada do ramo. Outro fragmento, do mesmo tamanho, deve ser retirado também do porta-enxerto e deve ser descartado. A seguir, a gema destacada do ramo da planta que se pretende enxertar deve ser colocada no corte realizado no porta-enxerto, e amarrada com fita de polietileno, de cima para baixo, para que a gema não se desloque do encaixe. Os ramos fornecedores de gema devem ter, sempre que possível, o mesmo diâmetro do porta-enxerto, ou o mais próximo possível, o que favorece o pegamento do enxerto. Esse tipo de enxertia pode ser utilizado no caquizeiro.
Enxertia de encostia
A enxertia de encostia, também chamada de enxertia de aproximação, consiste na união lateral de duas plantas com sistemas radiculares independentes, de modo que enxerto e porta-enxerto sejam mantidos por seus sistemas radiculares até que a união esteja completamente formada. É o método mais simples de enxertia, porém é muito pouco utilizado para a propagação de plantas frutíferas em nível comercial. A enxertia de encostia pode ser realizada em qualquer época do ano, embora seja mais conveniente realizá-la na época de crescimento vegetativo, o que facilitará a cicatrização e união entre as partes Existem várias maneiras de realizar a enxertia de encostia; porém, devido a sua pouca utilização, serão descritas apenas as mais importantes.
a) Lateral simples
É o tipo mais simples de enxertia de encostia. Consiste em efetuar-se um corte na superfície da casca, com a finalidade de descobrir o câmbio, tanto no enxerto quanto no porta-enxerto. Após, unem-se estas superfícies com fita de polietileno, ráfia ou qualquer outro material similar. Quando a união estiver completamente formada, realiza-se o corte da parte aérea do porta-enxerto e do sistema radicular do enxerto, de tal maneira que a nova planta fiquei constituída do sistema radicular e da copa das cultivares desejadas.
– Enxertia de encostia lateral simples
b) Em lingueta ou lateral inglesa
Este método é semelhante ao anterior, deferindo pelo fato de ser feito um segundo corte da metade para baixo no porta-enxerto e da metade para cima no enxerto, ocasionando o encaixe de ambos. A enxertia em lingueta tem sido bastante utilizada em trabalhos para investigar a transmissão de doenças viróticas entre as plantas.
– Enxertia de encostia em lingueta
c)No topo
É feita do mesmo modo que a encostia lateral simples, porém o porta-enxerto é cortado em bisel na sua extremidade e encostado na planta para formar uma nova planta
Enxertia de encostia no topo
d) Inarching ou sub enxertia
Inarching ou sub enxertia vem a ser um tipo de encostia para revigorar uma planta em decadência, devido à incompatibilidade entre cavalo e cavaleiro. O processo consiste em plantar, ao lado do tronco da árvore, uma muda que será ligada a ela. No tronco, faz-se uma incisão e, no ápice da muda, um bisel. Ajusta-se a região e fixa-se com um prego ou cravo de madeira.
Pós-enxertia
Após a formação da união entre enxerto e porta-enxerto, alguns procedimentos são necessários para forçar ou favorecer o desenvolvimento do enxerto, seja ele garfo ou gema única. Na enxertia de garfagem, a brotação das gemas laterais do porta-enxerto pode inibir a brotação e desenvolvimento das gemas do enxerto. Portanto, devem-se eliminar as brotações que surgirem abaixo do ponto de enxertia. Na enxertia de borbulhia, a manutenção da copa do porta-enxerto por um período prolongado também pode inibir o desenvolvimento da gema enxertada, em razão da dominância apical do porta-enxerto. Quando se faz a enxertia de borbulhia, pode-se quebrar parcialmente a copa do porta-enxerto, dobrando-a aproximadamente 10 cm acima do ponto de enxertia. Essa quebra parcial favorece a brotação da gema enxertada. Com essa técnica, pode-se dobrar a copa de modo que a mesma proporcione sombreamento à gema enxertada. No entanto, após 12 a 15 dias, deve-se eliminar a parte dobrada, cortando-a com tesoura de poda, e eliminar as brotações do porta-enxerto. Nesse intervalo de tempo, a gema enxertada deverá iniciar a brotação, e, quando essa atingir cerca de 15 cm a 20 cm, deve-se cortar o porta-enxerto logo acima do ponto onde a gema foi enxertada, eliminando-se também o plástico de amarração. Deve-se, no entanto, tomar cuidado para não atingir a brotação, o que poderá causar danos à mesma, provocando a sua morte
Equipamentos e acessórios
Os principais equipamentos e acessórios para enxertia são:
a) Canivete: é um dos equipamentos mais importantes para a enxertia. Devem ser próprios para essa finalidade, e estar sempre bem afiados e limpos, para facilitar o processo e para a realização de cortes uniformes. Devem ser evitados canivetes feitos de materiais que oxidem facilmente.
b) Tesoura de poda: é utilizada para a coleta de ramos fornecedores de gemas, preparo dos porta-enxertos e dos garfos, e corte final da copa. Deve estar sempre limpa e bem afiada.
c) Pedra de afiar: é importante para manter tesouras e canivetes afiados.
d) Fitas para amarração: mantêm a união, impedem a entrada de água, a desidratação da gema e a entrada de microrganismos. Diversos materiais podem ser utilizados, sendo que as fitas de polietileno são as mais utilizadas, pois atendem as finalidades descritas acima. Outros materiais podem ser empregados, tais como o filme de PVC, utilizado principalmente na enxertia de garfagem da videira. O fio de ráfia também é utilizado em alguns casos, mas apenas para manter a união entre porta-enxerto e enxerto, no caso da enxertia de garfagem.
e) Etiquetas: são importantes para a correta identificação de todo o material utilizado, principalmente o material vegetal, incluindo porta-enxertos, ramos fornecedores de borbulhas e mudas prontas.
f) Produtos para desinfestação dos equipamentos: a desinfestação das ferramentas deve ser adotada para evitar a contaminação por microrganismos, e também para evitar passar doenças de uma planta para outra. Deve-se desinfetar as ferramentas sempre após o uso e sempre que for trabalhar com uma planta diferente. Normalmente, utiliza-se o hipoclorito de sódio (água sanitária), numa concentração de 1,5% a 2%.
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