Piteco – Pithecolobium tortum

Piteco – Pithecolobium tortum

NOME CIENTÍFICO: Chloroleucon tortum (Mart.) Pittier.

NOME POPULAR: Tataré, jacaré, jurema, angico-branco, vinhático-de-espinho.

SINONÍMIA: Pithecolobium tortum, Cathormion tortun.

FAMÍLIA: Fabaceae – Mimosoideae.

CICLO DE VIDA: Perene.

ORIGEM: Brasil – Costa Atlântica.

PORTE: Chega atingir 12 metros de altura.

FOLHAS: Compostas, bipinadas, com 3 pares de pinas, cada uma com até 8 pares de folíolos oblongos.

FLORES: Floresce no verão, tem coloração branco-amarelada, tem formato de um pequeno pompom.

FRUTOS: A maturação ocorre no final do inverno / início da primavera, tem formato espiral e  produz sementes com tamanho de 0,5 cm. É conhecida popularmente como “orelha de macaco”.

TRONCO: De coloração branca acinzentada, chega a medir cerca de 50 cm de diâmetro, tem casca fina, descamante e formato tortuoso.

LUMINOSIDADE: Sol pleno.

ÁGUA: Regar de forma moderada 1 vez por semana.

CLIMA: Aprecia clima subtropical. Não tolera frio intenso.

PODA: Não necessária, mas pode ser realizada poda de formação, retirando ramos secos e mal formados e brotações laterais.

CULTIVO: Aprecia solo arenoso, com a presença de matéria orgânica. Só depois de adulta começa adquirir troncos tortuosos, o que demora mais de 5 anos.

FERTILIZAÇÃO: Por ocasião do plantio da muda, incorpore um pouco de esterco animal muito bem curtido ou composto orgânico.

UTILIZAÇÃO: Com seus galhos retorcidos e tronco descamante, conferem a esta árvore, um aspecto diferente, chamando atenção a todos que por ela passam, fica maravilhosa em grandes jardins.

Nota: O pintor e paisagista modernista Burle Marx, foi responsável pela colocação desta árvore nativa em nossos jardins.

PROPAGAÇÃO: Por sementes, a emergência ocorre em menos de 1 mês, mas é baixa.

Chloroleucon tortum, também conhecida como piteco tortum, Tataré, jacaré, piteco, jurema, angico-branco ou ainda vinhático-de-espinho, é uma espécie de legume da família Fabaceae. É nativa da Mata Atlântica carioca, no Brasil.

O piteco é uma árvore que pode atingir de 7 a 12 metros. Possui o tronco tortuoso, que dá nome à espécie, e pode atingir até 50 cm de diâmetro. A casca é lisa e esbranquiçada, descamante, normalmente expondo uma madeira branca e de aparência marmorizada, visualmente semelhante ao pau ferro.

As folhas são compostas bipinadas, de cor verde claro, possuem cerca de 3 pares de espinhos, e até 8 pares de folíolos oblongos, cada um com cerca de 15 mm de comprimento por até 5 mm de largura.

A copa baixa e arredondada, podendo atingir até 6 metros de largura. As flores são brancas com tons amarelados, globosas (em forma de escova), com muitos estames e de forte perfume. O fruto é um legume em formato helicoidal, popularmente conhecido como “orelha de macaco”. A maturação ocorre entre o final do inverno e início da primavera. As sementes são amareladas, com cerca de 5 mm, e embora numerosas, têm baixa capacidade de germinação.

Ocorrência

Nas zonas de restinga e matagais arenosos da Mata Atlântica, na região costeira do Rio de Janeiro.

Prefere solos arenosos, mas com presença de matéria orgânica. Cresce sobre sol pleno, e embora tolere períodos de seca, prefere clima úmido, desenvolvendo-se melhor em áreas com grande precipitação.

Encontra-se na lista da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais na categoria “em perigo crítico”

Usos

O piteco é uma árvore com aparência distinta, e é popular como árvore ornamental, tendo sido utilizada pelos paisagistas Burle Marx e Luiz Emygdio de Mello Filho na arborização do Aterro do Flamengo, por exemplo,

Sua madeira é dura e compacta, de aparência marmorizada, e de grande resistência se preservado das intempéries. É utilizada para objetos decorativos e artísticos, como objetos torneados e cabos de ferramenta.

O piteco também é uma árvore útil para a recomposição de áreas degradadas, pois suporta bem a insolação direta e não é particularmente exigente quanto às condições do solo.

Essa árvore é muito popular como bonsai, dada sua resistência e aparência distinta – a cor da madeira e a descamação da casca atribuem uma aparência envelhecida muito rápida ao tronco. Ela é muito adaptável e fácil de modelar, pois seu crescimento rápido e galhos estratificados na horizontal permitem o treinamento mesmo sem aramação, utilizando apenas a poda. Internacionalmente é conhecida como “brazilian raintree”, em alusão à receptividade da planta a regas constantes e ambiente úmido.

 

Bonsai

Introdução: O Pithecolobium é uma planta com características excelentes

Para ser cultivada como bonsai. Sua brotação extremamente rápida facilita a confecção de

Uma copa densa em folhas. Sua alta resistência proporciona segurança em todos os tratamentos facilitando seu cultivo. Suas características físicas como seu tronco com aspecto “marmorizado”, suas folhas muito pequenas e sua floração também são atrativos desta espécie.

Insolação: Qualquer bonsai deve receber sol diretamente em suas folhas. O Pithecolobium é uma planta de exterior. Adora o sol, mas no verão devemos colocá-la em local onde a mesma possa receber raios solares diretamente em suas folhas em períodos onde o sol não esteja muito forte (antes das 10h00min horas e depois das 16h00min). Isso pode ser conseguido colocando-a em uma sacada com cobertura, sob outras árvores ou mesmo dentro de casa próxima a uma janela em local arejado. Já em outras estações o Pithecolobium pode ser colocado a pleno sol desde que seu solo esteja sempre úmido. A exposição do Pithecolobium ao sol é indispensável para sua floração.

Rega: A duas coisas que precisamos saber para regar um bonsai: Como e com que frequência.

Regar um bonsai é molhar toda a terra que esta dentro do vaso. Coloque água potável por cima da terra em toda a superfície até que esta comece a sair por baixo nos orifícios do vaso.

No Calor pode-se molhar também a copa e Galhos.

Já a frequência dependerá principalmente do tamanho do vaso e das condições climáticas como temperatura e umidade do ar. Normalmente vasos com até

30 cm de comprimento e/ou vasos muito rasos devem ser regados todos os dias quando a umidade do ar estiver baixa e a temperatura acima de 20oc.

Cuidado com os extremos: Em dias de muito calor (acima de 30oc) regue duas vezes ao dia. Em dias de muito frio (abaixo de 15oc) regue a cada dois dias.

Vasos maiores do que 30 cm, normalmente a frequência de rega é menor, mas tome muito cuidado, geralmente um bonsai não fica mais do que dois dias sem água.

As árvores no Geral NÃO gostam de muita umidade na terra. Por isso geralmente devemos regar os bonsai somente quando a terra do vaso estiver quase seca.

Vale muito nossa “observação constante”, tanto do clima quanto da umidade da terra. A verificação da umidade da terra pode se

r feita facilmente tocando-se a terra com os dedos.

A Vaporização das folhas somente é necessária quando a umidade do ar estiver baixa. Nesta situação é conveniente que façamos uma vaporização leve somente sobre as folhas preferivelmente a sombra com água potável, no mínimo, três vezes por dia. Outra função importante da Vaporização é quando feita sobre as raízes finas expostas em alguns determinados estilos (Ex.: “Raiz Exposta”, “Raiz sobre Pedra” e outros). Também é importante no cultivo do musgo que, se for usado, não deve ocupar mais do que a metade da superfície da terra do bonsai, para que esta “respire”. O Musgo deve ser borrifado levemente em torno de três vezes ao dia sem que a terra do bonsai se umedeça.

O Pithecolobium é uma planta com consumo elevado de água. Em períodos de calor deve-se rega-lo diariamente e se for preciso mais de uma vez ao dia com o objetivo de deixar sua terra sempre úmida. . Em épocas mais frias, regar somente quando a terra estiver seca na superfície do vaso.

Adubação: Todos nós comemos diariamente, os alimentos são imprescindíveis para se viver. As plantas alimentam-se dos sais nutritivos que extraem do solo. Como os bonsai vivem em vasos pequenos, a árvore poderá consumir todos os nutrientes da terra depois de um tempo, teremos então que ir repondo estes nutrientes por meio de adubos. É preciso adubar principalmente nas épocas de grande crescimento das plantas e esta adubação deve ser feita sem exageros. É muito melhor adubar em pequenas quantidades com maior frequência do que fazê-lo esporadicamente em grandes quantidades.

Recomendamos o uso de produtos de ótima procedência e com instruções claras de uso. Para principiantes sugerimos uma adubação muito simples usando TORTA DE MAMONA e FARINHA DE OSSO, que são facilmente encontrados em supermercados. Estes podem ser usados sempre separadamente numa frequência bimestral, ou seja, se usar TORTA DE MAMONA em Janeiro, somente irá adubar novamente em março com FARINHA DE OSSO. E assim teremos 6 aplicações anuais.

Use sempre as dosagens recomendadas. Caso não haja indicação para dosagens referente ao bonsai, use metade da dose recomendada para vasos pequenos.

Já uma adubação melhor e mais balanceada pode ser conseguida facilmente com produtos de boa qualidade encontrados em lojas especializadas. Siga sempre uma orientação profissional.

O período para se adubar o Pithecolobium é em sua época de crescimento. O Pithecolobium prefere ser adubado com adubos orgânicos de decomposição lenta e químicos ricos em Nitrogênio (N), podendo ser adubos líquidos por via foliar ou sólidos na terra. Como sugestão de adubos químicos, escolha traços de proporção de N-P-K (Nitrogênio –Fósforo –Potássio) na ordem de 10-10-10 ou 10-05-10. Não esqueça que no mínimo uma vez por ano necessário a Adubação com micro nutriente (Ca {Cálcio}, MG {Magnésio}, S {Enxofre}, B

{Boro}, Cl, Cu, Co, Fe….). Nunca adube plantas doentes ou recém-transplantadas. Sugestão de agenda de adubação para o Pithecolobium: QG-Adubo químico de liberação gradualTM -Torta de Mamona (Adubo orgânico) FO -Farinha de Osso (Adubo orgânico)G -Galinaça (Adubo orgânico)

 

AGENDA ANUAL

Janeiro TM

Fevereiro Não adubar

Março QG + TM

Abril Não adubar

Maio TM

Junho G

Julho Não adubar

Agosto Não adubar

Setembro QG + FO

Outubro Não adubar

Novembro TM

Dezembro Não adubar

Troca de Terra (Transplantação):

No desenvolvimento natural das árvores as raízes crescem em busca de água, ar e alimento. As raízes de um bonsai vão crescendo e podem ocupar a totalidade do espaço do vaso, expulsando lentamente o solo que ali existia. Por isso periodicamente devemos reduzir o volume de raiz dentro do vaso através de poda. Nesse mesmo processo aproveitamos para também trocar parte do solo que já não oferece todas as características para um bom desenvolvimento do vegetal. Felizmente este processo demora anos mas não devemos esquecê-lo enquanto estivermos cultivando qualquer planta que esteja confinada.

O Pithecolobium necessita um solo com boa drenagem. A mistura aconselhada é de 60% de areia peneirada (entre 2 a 5 mm) e 20%de condicionador de solo industrial e 20 % de argila refratária de boa procedência peneirada (entre 2 a 5 mm). Na troca de terra podar no máximo 50 % das raízes. Deve-se providenciar a troca de terra do Pithecolobium a cada dois anos, normalmente no inicio da primavera quando inicia sua brotação intensa. Nunca adube plantas doentes ou recém-transplantadas. Nunca lavar as raízes.

Poda: A Arte bonsai procura, como inspiração, buscar formas existentes na natureza. Essa busca nos leva a um espectro riquíssimo de texturas, formas e cores, tornando nosso hobby um dos mais interessantes e criativos. O objetivo da prática do bonsai (cultivo de arvores em vaso),não é apenas mantê-los vivos e saudáveis, mas cada vez mais bonitos. Para isso é necessário que se façam podas regulares para se manter a forma de “mini árvore”. Podar é estilizar a formação de uma árvore. Com a poda, eliminamos os ramos que saem da silhueta do bonsai, ramos defeituosos, secos ou desnecessários. Para podar devemos utilizar ferramentas adequadas, como tesouras afiadas. Para galhos maiores alicates de corte côncavo, que fazem cortes limpos, precisos e de fácil cicatrização. Quando as feridas da poda são de grande tamanho (maior que o tamanho do diâmetro de um cigarro) é conveniente cobri-las com pasta de selagem para garantir sua perfeita cicatrização. Pode-se usar clara de ovo ou tinta PVA.

A poda de manutenção do Pithecolobium pode ser feita facilmente com uma tesoura afiada cortando-se os galhinhos que saem da zona não desejada do tronco ou da copa, cuja melhor forma é a forma da copa triangular. As Podas mais drásticas devem ser feitas no final do inverno. O Pithecolobium brota na madeira velha e suporta muito bem, Graças a sua brotação intensa, podas drásticas. É muito importante a manutenção na limpeza das folhas ressecadas. O corte dos brotos novos que surgirem perto das raízes ou galhos novos em competição com galhos maiores já existentes devem também ser eliminados.

Podar várias vezes ao ano para manter a forma original. Aramação:

A utilização dos arames na estilização de um bonsai pode ser usada para:

1.Corrigir a inclinação de ramos, permitindo utilizar ramos que de outra maneira teríamos que podar.

De certo modo os arames provocarão o efeito do peso dos grandes galhos nas árvores, inclinando-os para baixo.

2.Direcionar o crescimento de um galho numa direção em que a copa do bonsai se encontra vazio.

3.Direcionar o crescimento de um galho para a formação de uma copa no formato triangular.

Os arames são colocados no bonsai por um certo tempo que dependerá da espécie da árvore. Durante esse tempo a casca da árvore cresce na posição pré-determinada e endurece, permitindo transformações estéticas importantes. Por ser um processo prático é necessário um certo treinamento para que possamos nos aprimorar. Os arames são colocados em espiral nos galhos e troncos, de maneira geral devemos primeiramente trava

r o arame no tronco ou em algum galho grosso e em seguida “enrolar” o arame no galho que se pretende modelar. Não devemos apertar demais para não deixar marca na casca do bonsai. O ideal é que o arame fique relativamente frouxo. Como os ramos engrossam devido ao seu crescimento, devemos tirar o arame antes que se crave na casca. Pode-se usar qualquer arame, preferivelmente o arame de alumínio, que é mais flexível e resistente. A grossura do arame dependerá da força necessária para se vergar o ramo. Não esqueça que é de suma importância que os arames não deixem marcas na casca, se for o caso proteger a casca com ráfia. Veja mais detalhes sobre modelagem de bonsai em: Técnicas de Cultivo e Manutenção Estética

O Pithecolobium é uma planta de fácil modelação simplesmente com podas frequentes, se for preciso aramar, faça preferivelmente em períodos de calor, preferivelmente na Primavera, os arames permanecerão não mais do que 2 meses. Não permita que os arames marquem os galhos. Se os arames estiverem penetrando na casca tire-os imediatamente.

 

Doenças e Pragas mais comuns:

O Pithecolobium é uma planta muito resistente, mas pode ocorrer ataques de pulgão e principalmente cochinilhas, estes podem ser tratados facilmente com inseticida para plantas ornamentais. Não esqueça que existindo um problema, este deve ser solucionado com brevidade para evitar a debilitação do bonsai.

Agenda Anual de Tratamento:

Verão

| Rega: Abundante | Adubação: Moderada | Poda: Ramos | Aramação: Fim | Transplante: Não

Outono: Rega: Abundante | Adubação: Moderada | Poda: Ramos | Aramação: Não | Transplante: Não

Inverno: Rega Moderada | Adubação: Não | Poda: Estrutural

| Aramação: Não | Transplante: Não

Primavera: Rega: Abundante | Adubação: Moderada | Poda: Ramos| Aramação: Início | Transplante: Sim

 Estilos possíveis de ser modelado:

©2024 Mybonsai Paulo Schweitzer

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