Partes de uma planta

 

Partes de uma planta

Raiz

 

Por Marilia Araújo

A raiz é imprescindível à planta, haja vista que além de fixar ela absorve do solo os nutrientes necessários à sobrevivência do vegetal. Porém há outra função importante que é fazer reserva de nutrientes, como no caso dos tubérculos.

Nos vegetais sem sementes (as pteridófitas) as raízes se desenvolvem ainda nos primeiros estágios do crescimento do esporófito. Já nos vegetais com sementes (as espermatófitas) as raízes tem origem ainda no embrião. Neste último caso, a radícula é o primeiro órgão a se desenvolver no instante em que há a germinação da semente. Porém esta radícula trilha caminhos diferentes quando se trata de Monocotiledôneas e Dicotiledôneas.

Lembrando que o grupo dos vegetais que apresentam flores pode ter um ou mais cotilédones no embrião (semente). Se possui um cotilédone denomina-se Monocotiledônea, se possui mais de um denomina-se “Dicotiledônea”. A radícula se degenera e todas as raízes brotam a partir da base do caule no caso das Monocotiledôneas, já nas Dicotiledôneas a radícula se torna a raiz principal, da qual o sistema radicular se deriva.

Podemos classificá-las basicamente quanto ao habitat: Subterrâneas, Aéreas e Aquáticas.

Raízes Subterrâneas

São raízes que ficam sob o solo e possuem várias formas, permitindo assim uma subclassificação: axial ou pivotante, ramificada, fasciculada e tuberosa.

Raiz Axial ou Pivotante

Neste tipo de raiz subterrâneo, típico das dicotiledôneas, é possível detectar com clareza uma raiz principal distinta das raízes secundárias, como na ilustração abaixo:

Raiz axial ou pivotante. Ilustração: © iStock.com / srle7777

Raiz Ramificada

No tipo de raiz subterrânea ramificada não é possível detectar tão facilmente a raiz principal das outras raízes. Pois como já diz o próprio nome há uma ramificação secundária, terciária e assim sucessivamente, sempre a partir da raiz primária. Veja na figura abaixo:

Raiz Ramificada. Foto: Potapov Alexander / Shutterstock.com

Raiz Fasciculada

Neste caso é impossível distinguir a raiz principal das demais raízes.

Raiz Fasciculada. Foto: © iStock.com / BobGross

Raiz Tuberosa

A principal característica deste tipo de raiz é o acúmulo de reservas de nutrientes, sendo muito utilizada na nossa alimentação. Um exemplo clássico é a cenoura.

Raízes tuberosas. Foto: TAGSTOCK1 / Shutterstock.com

Raízes Aéreas

Essas raízes são visíveis, pois ficam sempre acima do solo. Há subgrupos dessas raízes, são: estranguladoras, grampiformes ou aderentes, respiratórias ou pneumatóforos, suporte, sugadoras e tabulares ou sapopemas.

Raiz Estranguladora

São raízes que, de certa forma, “abraçam” outro vegetal. Na maioria dos casos onde isto ocorre há a morte do hospedeiro.

Figueira estranguladora em um Cipreste. Foto: Lee Prince / Shutterstock.com

Raiz Grampiforme ou Aderente

Essas raízes são responsáveis por fixar a planta trepadora a um suporte. Veja na figura abaixo:

Raízes grampiformes. Foto: Foto Fun / Shutterstock.com

Raiz Respiratória ou Pneumatóforo

Esse tipo de raiz é responsável por auxiliar a respiração do vegetal, como já diz seu nome.

Raiz respiratória ou pneumatóforo. Foto: paintings / Shutterstock.com

Raiz Suporte

Esta raiz auxilia no suporte do vegetal. É comum encontrarmos este tipo de raiz nos manguezais.

Raiz suporte. Foto: Dr. Morley Read / Shutterstock.com

Raiz Sugadora

Este tipo de raiz adentra o corpo da planta hospedeira, de maneira a absorver todo ou parte do alimento do vegetal.

Raiz Tubular ou Sapopema

São raízes grandes, bem desenvolvidas, que conferem estabilidade para planta.

Raiz tubular ou sapopema. Foto: Frank B. Yuwono / Shutterstock.com

Raízes Aquáticas

Como o próprio nome já traduz, esta raiz se desenvolve em plantas aquáticas. Diferindo das raízes subterrâneas, a função deste tipo de raiz não é fixar, mas apenas absorver os nutrientes flutuantes presentes na água.

Raízes aquáticas. Foto: Vilainecrevette / Shutterstock.com

 

Bibliografia:

VIDAL, Waldomiro Nunes & VIDAL, Maria Rosária Rodrigues (1990). Botânica organográfica: quadros sinóticos ilustrados de fanerógamos. (3 ed.). Viçosa: Universidade Federal de Viçosa.

PETER H. RAVEN; RAY F. EVERT; SUSAN E. EICHHORN. (2007). Biologia Vegetal (7 ed.). Editora Guanabara Koogan.

 

Caule

Por Marilia Araújo

 

O caule é uma estrutura importante para o vegetal, já que além de conduzir as seivas bruta e elaborada, num vai-e-vem entre a raiz e a copa das árvores ou arbustos, ou até as folhas no caso de vegetais mais simples. Também é responsável pela sustentação do corpo da planta.

Partes do Caule. Foto: Unpict / Shutterstock.com [adaptado]

O caule se divide assim: gema terminal (no ápice, é responsável pelo crescimento do vegetal), nó (de onde saem às folhas, ou flores, ou uma ramificação do caule), entrenó (região que fica entre dois nós) e gema axilar (produz folhas ou ramo folioso e geralmente não se desenvolve como a gema terminal).

As camadas de um caule são, após anos de crescimento: córtex, súber (presente nas plantas com crescimento secundário), câmbio cortical, floema, xilema e a medula (bem ao centro, em algumas situações quando há o crescimento secundário esta medula parenquimatosa desaparece).

Camadas do caule. Ilustração: LSkywalker / Shutterstock.com [adaptado]

As plantas apresentam células meristemáticas que são responsáveis pelo crescimento das estruturas vegetais. Existem dois tipos de meristemas: meristema apical e meristema lateral. O crescimento dos vegetais acontece de duas formas:

  • Crescimento primário: dado a partir do meristema apical, desenvolve o corpo primário (sentido vertical) da planta. Formando gomos que darão origem a ramos e folhas.
  • Crescimento secundário: é quando há adição de tecidos vasculares ao corpo primário do vegetal, graças à atividade do câmbio vascular e do felogênio (meristemas laterais). Esse crescimento se dá lateralmente (ou na horizontal), “encorpando” a planta.

Levando em consideração o quesito “desenvolvimento caulinar”, podemos classificar o caule em:

  • Erva: pouco desenvolvida, pequena consistência em razão da pouca ou nenhuma lenhificação.
  • Subarbusto: pequeno porte, maior que a erva, atingindo aproximadamente 1m de altura, com base lenhosa e o restante do caule é de consistência herbácea.
  • Arbusto: Acima do subarbusto, atingindo mais ou menos 5m de altura, resistente e lenhoso, ramificado a partir da base.
  • Arvoreta: possui a mesma estrutura arquitetônica de uma árvore, sendo que atinge no máximo 5m de altura.
  • Árvore: Normalmente maior que 5m de altura, tronco bem definido, sem ramos na parte inferior e a parte ramificada do vegetal constituem a copa.
  • Liana: cipó trepador que atinge muitos metros de comprimento.

Quanto à consistência do caule é possível classificar em:

  • Herbácea: caules de consistência herbácea tem aspecto de ervas, não-lenhificado, delicado. Podendo ser rompido num apertar de unhas, ou seja, facilmente.
  • Sublenhosa: resistente (duro) na base que é toda lenhificada, mas tem o ápice não-lenhificado.
  • Lenhosa: consistente e resistente como um todo, lenhificado, é possível perceber um crescimento secundário significativo.

E ainda se considerar o habitat do vegetal, podemos classificar o caule em:

  • Aéreo: todo caule que estiver acima do solo. Ex.: bambu, palmeiras, videiras.
  • Subterrâneo: todo caule que estiver abaixo (dentro) do solo. Ex.: cebola, alho lírio.
  • Aquático: todo caule que estiver na água. Ex.: elódea, aguapé.

Bibliografia:
VIDAL, Waldomiro Nunes & VIDAL, Maria Rosária Rodrigues (1990). Botânica organografica: quadros sinóticos ilustrados de fanerógamos. (3 ed.). Viçosa: Universidade Federal de Viçosa.
http://www.portalbrasil.net/educacao_seresvivos_plantas_angiospermas_caule.htm
http://www.labin.unilasalle.edu.br/infoedu/siteinfoedu1_03/turmasv_site/turma2_01/htmls/md6plantas.htm
http://marilia-araujo.blogspot.com/2009/08/botanica-parte-1.html
http://www.algosobre.com.br/biologia/meristemas-vegetais.html

 

O caule e suas funções

No interior do caule há um sistema de vasos condutores encarregado do transporte de substâncias.

A seiva bruta (água e sais minerais) absorvida do solo pelas raízes é transportada até as folhas por meio de vasos que se localizam na parte mais central do caule, chamados vasos lenhosos. O conjunto dos vasos lenhosos é chamado de xilema.

A seiva elaborada, líquido que contém os nutrientes produzidos nas folhas durante a fotossíntese, circula em vasos localizados mais na periferia do caule (vasos liberianos). O conjunto dos vasos liberianos recebe o nome de floema. Essa seiva é transportada pelo caule, via floema, para todos os locais de consumo da planta: raiz, caule, folhas, flores, frutos e sementes.

Os caules também dão sustentação às folhas e as posicionam nas melhores condições para que recebam a luz do Sol. Portanto, as duas funções principais desempenhadas pelo caule referem-se à condução e sustentação.

 

As partes do caule

Gema apical ou terminal: localiza-se na extremidade do caule ou dos ramos e é formada por células que se reproduzem intensamente, que promovem o crescimento do mesmo.

Na gema apical é produzida uma substância que promove o crescimento do caule em altura. Para que uma árvore tenha crescimento lateral, basta podar as pontas dos ramos na sua parte superior.

Gema lateral ou axial: originam os brotos, folhas ou flores.

Nó: local de onde partem as folhas ou ramos laterais.

Entrenó ou gomo: local que fica entre dois nós sucessivos.

Partes de uma planta 02

As partes do caule continuação

 

partes do caule

 

Córtex é a camada externa de muitas estruturas das plantas, no sentido da Taxonomia de Lineu, ou seja, incluindo as plantas verdes, alguns tipos de algas, como as vermelhas e as castanhas, e ainda os líquenes laminares.

Floema é o tecido das plantas vasculares encarregado de levar a seiva elaborada pelo caule até à raiz e aos órgãos de reserva.

A seiva elaborada, que é uma solução aquosa de substâncias orgânicas, é transportada através do floema desde os órgãos da planta com capacidade fotossintética até aos outros órgãos que e funcionam como consumidores dessas substâncias, nomeadamente, os meristemas, as células do interior do caule, da raiz, das flores, dos frutos e dos órgãos de reserva – que podem estar dispersos dentro do caule e da raiz, mas que podem estar especializados, como os tubérculos e rizomas.

Câmbio vascular é um tecido meristemático das plantas vasculares dicotiledôneas que dá origem ao xilema e floema secundários, nas plantas com crescimento secundário – as árvores e arbustos ou lianas lenhosas.

O câmbio vascular é uma camada cilíndrica de células que se estende por todo o tronco e raiz, incluindo os ramos daqueles dois órgãos. As células meristemáticas são indiferenciadas e reproduzem-se continuamente. No caso do câmbio vascular, as suas células dão origem a dois tipos de tecidos:

Xilema ao tecido das plantas vasculares por onde circula a água com sais minerais dissolvidos – a seiva bruta – desde a raiz até às folhas. Nas árvores o xilema secundário é o constituinte da madeira ou lenha.

Medula. – É a parte mais central da planta. A medula é ocupada pelo parênquima – tecido frouxo, normalmente mais claro que a parte fibrosa do lenho, por ser constituído por células curtas, iguais, de paredes finas.

O termo é derivado do grego “ξ?λον” (ou xylon) = “madeira”.

 

Folhas das Plantas

Por Thais Nogueira

As folhas das plantas apresentam uma diversidade de formas, cores, dimensões. Em determinadas épocas do ano as folhas se alteram, podendo mudar sua cor, forma e tamanho. Na Primavera, por exemplo, podemos observar o nascimento de várias folhas com diversas tonalidades verdes; já no Verão a quantidade de folhas presentes nos proporciona a sombra e no Outono observamos as folhas amareladas.

Apresenta geralmente a cor esverdeada devido à presença de clorofila, item fundamental para a realização da fotossíntese, que garante o bom desempenho do ciclo de vida da planta. As folhas contêm três partes principais que são:

  • Limbo: considerada a parte principal da folha, é a parte laminar das folhas vasculares, na verdade o limbo seria a própria folha já que é toda a superfície ampla e achatada, o que facilita a captação de luz para a fotossíntese.
  • Pecíolo: existem algumas raras exceções de folhas que não possuem o pecíolo, porém é através dele que ocorre a ligação do caule à folha, e é também por meio dele que é possível a troca de seiva bruta e seiva elaborada entre caule e folhas.
  • Bainha: Tem a função de prender a folha ao caule; também existem folhas sem a bainha.

 

As folhas ainda podem ser simples ou compostas, sendo que nas simples o limbo forma apenas uma lamina, e nas compostas ele forma várias partes conhecidas como folíolos

 

Funções das Folhas nos vegetais

Fotossíntese: É um processo celular no qual a maioria dos vegetais produz seu próprio alimento. A energia para a realização deste processo vem da luz solar. Para realizar a fotossíntese a maioria das plantas utiliza como reagente o gás carbônico e a água, pois assim produzem oxigênio e glicídios.

Transpiração: Este é o processo no qual a folha perde água na forma de vapor, para que haja o controle de temperatura, pois quando evaporada a água retira o calor da superfície da folha, fazendo assim com que se refresque.

Respiração: Assim como todos os outros seres vivos as folhas das plantas também necessitam de energia para crescer e repor as partes perdidas. Através da respiração a folha consegue realizar todas essas atividades, a folha é o principal órgão de respiração da planta devido à presença de estômatos. Os estômatos são formados por duas células, e servem para a troca gasosa, porém quando aberto ficam suscetíveis à perda de água, ou seja, os estômatos servem como via para controlar a entrada e saída de gases e água. Quando existe excesso de água na planta, o estômato se abre, e quando a quantidade está pequena ele se fecha, para evitar que a planta desidrate.

Fonte:
http://www.botanica.biouesb.com/?p=48
http://books.google.com.br/books?id=CBSM694l6HsC&pg=PA89&lpg=PA89&dq=bainha+botanica&source=bl&ots=G-EXh2M3zw&sig=F6BkWPHg6kABTpRxpe-IlY1ApN0&hl=pt-BR&sa=X&ei=AwU9UqvVO67H4AP1m4CICg&ved=0CFwQ6AEwCg#v=onepage&q=bainha%20botanica&f=false
Ilustração: http://angiospermbotanic.blogspot.com.br/2010/07/as-folhas-das-angiospermas.html

Fotossíntese

 

Por Fabiana Santos Gonçalves

 

A fotossíntese é o processo pelo qual a planta sintetiza compostos orgânicos a partir da presença de luz, água e gás carbônico. Ela é fundamental para a manutenção de todas as formas de vida no planeta, pois todas precisam desta energia para sobreviver. Os organismos clorofilados (plantas, algas e certas bactérias) captam a energia solar e a utilizam para a produção de elementos essenciais, portanto o sol é a fonte primária de energia. Os animais não fazem fotossíntese, mas obtém energia se alimentando de organismos produtores (fotossintetizantes) ou de consumidores primários. A fotossíntese pode ser representada pela seguinte equação:

luz
6H2O + 6CO2 -> 6O2 + C6H12O6
clorofila

A água e o CO2 são pouco energéticos, enquanto que os carboidratos formados são altamente energéticos. Portanto a fotossíntese transforma energia da radiação solar em energia química.

Através da fotossíntese as plantas produzem oxigênio e carboidratos a partir do gás carbônico. Na respiração ela consome oxigênio e libera gás carbônico no ambiente, entretanto em condições normais, a taxa de fotossíntese é cerca de 30 vezes maior que a respiração na mesma planta, podendo ocorrer momentos em que ambas serão equivalentes.

Espectros Eletromagnéticos

A luz é uma radiação eletromagnética. Todo o espectro eletromagnético é irradiado pela energia solar. O ultravioleta é prejudicial aos organismos. Parte da energia é refletida na atmosfera pelas nuvens e pelos gases, outra parte é refletida pela superfície terrestre, sendo apenas uma pequena parte absorvida pelas plantas. O espectro de luz visível vai do violeta ao vermelho. Os comprimentos de onda mais curtos são muito energéticos e ou mais longos são menos energéticos.

A energia luminosa é transmitida em unidades chamadas quanta (singular = quantum), ou fóton. Para que a fotossíntese ocorra, é necessário que a clorofila absorva a energia de um fóton com o comprimento ideal de onda para iniciar as reações químicas.

Estrutura do cloroplasto

A fotossíntese ocorre em organelas chamadas cloroplastos que se localizam principalmente no mesófilo foliar.

  • Envelope: Membrana dupla de revestimento do cloroplasto;
  • Estroma: Matriz fluida, que contém várias estruturas membranosas, chamadas grana;
  • Grana: Estruturas com várias camadas membranosas, em forma de discos;
  • Lamelas: Conjunto de canais membranosos que interligam os grana.
  • Tilacóides: Discos membranosos que formam o granum, e encontram-se empilhados.

A conversão de radiação solar em energia química ocorre nas lamelas e nos grana, com a participação de pigmentos fotossintéticos. No estroma ocorre a produção de carboidratos, aminoácidos, etc. e fixação do CO2.

Os pigmentos relacionados à fotossíntese são as clorofilas e os carotenoides. As clorofilas possuem coloração verde azulada e os carotenoides têm cor alaranjada mas normalmente são mascarados pelo verde da clorofila. Existem dois tipos de clorofila: a e b. A clorofila “a” ocorre em todos os organismos clorofilados, possui cor verde azulada e absorve luz na região próxima ao azul e ao violeta. A clorofila “b” é considerada um pigmento acessório, juntamente com os carotenoides e possui cor verde. As plantas de sombra possuem maior quantidade de clorofila “b” em relação à “a”. A clorofila “b” não faz conversão de energia, após absorver luz, transfere para a clorofila “a” a energia captada do fóton para que ela faça a conversão.

Absorção de luz

Para que a fotossíntese se inicie, os pigmentos precisam absorver um fóton. As moléculas de clorofila se organizam em uma unidade fotossintética.

Quando um pigmento absorve um fóton, a energia dele é totalmente transferida para a molécula, afetando sua estabilidade e excitando-a. Após um curto período de excitação (aproximadamente 15 nano segundos para a clorofila a), a molécula dissipa sua energia na forma de radiação, porém menos energética que inicialmente, pois parte da energia da molécula foi perdida enquanto ela estava excitada. Este processo chama-se fluorescência.

Entretanto a molécula pode perder sua energia através de conversões internas, tendo uma vida média mais longa e emitindo uma radiação com comprimento longo de onda, porém menos energético, sendo este processo chamado fosforescência. Neste processo, a molécula excitada pode interagir com outra molécula, fazendo trocas de energia.

Quando uma molécula de clorofila b ou carotenoide absorve um quantum a energia é transferida para a clorofila a.

Normalmente há uma cooperação entre as moléculas de clorofila, aumentando a eficiência da fotossíntese.

Em uma unidade fotossintética há o pigmento aprisionador, ou molécula aprisionadora, aonde a energia irá se concentrar após ter passado por várias outras moléculas, e as outras moléculas são chamadas de antenas pois captam as radiações e as transferem para um único ponto.

Fotossistemas

Dois cientistas chamados Emerson e Arnold trabalharam com uma alga chamada Chlorella e a expuseram em uma intensidade luminosa próxima a 700 nm (vermelho) e verificaram que isso provocava uma grande queda na eficiência quântica, contrariando a ideia que a clorofila a absorve quanta em comprimento de onda próximo a 700 nm. Emerson e col. utilizaram dois diferentes comprimentos de onda e verificaram que haviam dois sistemas fotossintéticos, pois, separadamente para cada intensidade luminosa havia uma resposta e quando os dois feixes monocromáticos foram colocados juntos (700 e 710 nm) aumentou a eficiência da fotossíntese. Um dos sistemas possuía um sistema aprisionador para comprimentos de onda curtos e o outro sistema para ondas longas. Estudos subsequentes explicaram o processo que o corre. Nos dois fotossistemas há clorofila a e b, porém em proporções diferentes. Enquanto o fotossistema 1 tem mais clorofila a, o fotossistema tem mais clorofila b.

O fotossistema que absorve luz com comprimento de onda próximo a 700 nm é chamado de P700 e o que absorve luz com comprimento de onda próximo da 680 nm é chamado de P680.

Quando os pigmentos recebem energia luminosa e ficam excitados, ocorre o deslocamento de elétrons para níveis energéticos mais elevados. A substância que doou elétrons fica oxidada e a receptora reduz, evidenciando então uma reação de óxido-redução.

A clorofila recupera os elétrons doados através da reação de foto-oxidação da água, onde os átomos de H (hidrogênio) e O (oxigênio) são separados e os 4 elétrons resultantes são doados.

O fotossistema 1 possui um redutor poderoso e um oxidante fraco (P700) enquanto o fotossistema 2 possui um redutor fraco e um oxidante forte, formando um sistema oxidante-redutor chamado esquema Z. Quem faz a ligação entre os 2 fotossistemas é a plastoquinona, plastocianina e citocromos, cada um com seu potencial de óxido-redução.

No FS1, a ferredoxina está envolvida na transferência de elétrons e ocorre a redução do NADP. O FS2 está relacionado com a liberação de O2. Após receber elétrons, a clorofila P682 fica excitada e transfere seus elétrons para a plastoquinona.

Fotofosforilação acíclica

A Fotofosforilação acíclica utiliza os dois fotossistemas e tem início quando a clorofila P680 é excitada e doa um elétron para um aceptor Q do grupo das quinonas ficando com carga elétrica positiva e o aceptor Q com carga negativa.

Esse poder oxidante da clorofila a provoca a fotólise da água. A reação ocorre com 2 moléculas de água, que tem 4 elétrons captados por 4 moléculas de clorofila a. Como resultado desta reação temos a produção de 1 molécula de gás oxigênio e 4 íons de H+. O ATP produzido durante a fotossíntese é resultado da fotólise da água, que gera um gradiente de prótons na membrana do tilacóide.

2H2O -> 4e + 4H+ + O2

O aceptor Q transfere seu elétron para a plastocianina, porém antes passa por aceptores, liberando de forma gradativa sua energia para bombear os íons H+ presentes no estroma para o lúmen do tilacóide.

No FS2 as moléculas do complexo antena ficam excitadas e os elétrons vão para a molécula aprisionadora P700. O elétron desta molécula é transportado por uma série de transportadores e o resultado deste processo é a redução do NADP+ à NADPH, enquanto ocorre a oxidação da P700. A P700 tem os seus elétrons repostos pela cadeia transportadora do FS1.

H2O + NADP+ -> NADPH + H + ½ O2

Fotofosforilação cíclica

ADP + Pi -> ATP
luz
cloroplastos

Os dois fotossistemas trabalham juntos, porém o fotossistema 1 pode atuar de forma independente, mas sozinha ele só trabalha para a produção de ATP para o metabolismo celular.

Ao invés de ser transferido para o NADP+ o elétron emitido pela P700 excitada vai para ferredoxina e para a cadeia transportadora de elétrons, entre o FS1 e o FS2 e descem através de outra cadeia até a molécula aprisionadora do FS1, estimulando o transporte de íons H+ e promovendo a produção de ATP. Os aceptores da cadeia transportadora são chamados de citocromos e o aceptor final chama plastocianina. Quando o elétron chega à plastocianina, ele retorna à P700, formando um ciclo.

Fixação do Carbono

Os compostos que compões a matéria orgânica são produzidos através da fixação do gás carbônico da atmosfera pelos organismos fotossintetizantes na presença de luz.

Melvin Calvin elucidou a via do ciclo do carbono na fotossíntese e esse processo recebeu o nome de Ciclo de Calvin. O ciclo da redução do carbono é muito parecido com os outros ciclos, uma vez que o composto inicial é regenerado a cada volta no ciclo.

Através de vários experimentos utilizando o carbono radioativo 14C foi possível à identificação de outros compostos da fotossíntese. A partir deste estudo concluiu-se que existem 2 tipos de plantas em relação ao primeiro açúcar fabricado.

Ciclo C3
Utilizando o isótopo radioativo 14CO2 durante 5 segundos verificou-se que a radioatividade se concentrava em um açúcar com 3 carbonos, o ácido fosfoglicério (PGA).

Ciclo C4
Utilizando a mesma técnica, concluiu que o primeiro açúcar formado tinha 4 carbonos e que este ciclo requer 2 ATP a mais que o ciclo C3 na assimilação do CO2. Esse processo ocorre com plantas de clima árido e gramíneas tropicais, por conta do baixo consumo de água por unidade de matéria produzida e baixa perda de CO2 na luz.

Fatores Limitantes da Fotossíntese

Intensidade luminosa

A partir de baixa intensidade luminosa, medida pela liberação de gás oxigênio, a fotossíntese aumenta de forma linear conforme o suprimento de luz até atingir um limite, chamado platô ou região de saturação luminosa. A região representada pela letra X corresponde à região limitada pela luz.

Temperatura

As reações na região limitada pela luz não são sensíveis à temperatura. Em condições ideais de luminosidade e concentração de gás carbônico a taxa de fotossíntese tende aumentar conforme a temperatura aumenta, porém quando esta fica muito alta, pode causar danos para a fotossíntese e para a planta.

Gás Carbônico

Em regiões limitadas pela luz, se acrescentarmos mais gás carbônico podemos perceber um aumento na taxa de fotossíntese. A concentração deste gás na atmosfera varia entre 0,03 a 0,04% e isso não é suficiente para a planta utilizar na fotossíntese. Por isso o CO2 é considerado fator limitante da fotossíntese. Chamamos de ponto de compensação de CO2 o momento em que o consumo de gás carbônico na fotossíntese equivale ao liberado pela planta na respiração e varia conforme a espécie considerada.

Reações fotoquímicas e não fotoquímicas

Após estudar um gráfico de curvas de saturação luminosa, o fisiologista vegetal Blackman sugeriu que a fotossíntese ocorre em duas etapas, uma dependente de luz (fotoquímica) e outra independente de luz, enzimática, mais lenta que a luminosa. Porém a fase independente de luz pode ocorrer tanto na presença quanto na ausência de luz.

 

 

Flor

 

Por Marilia Araújo

As angiospermas apresentam um conjunto de características reprodutivas reunidas em uma estrutura exclusiva deste grupo, a flor. Esta estrutura evoluiu tanto a ponto de promover o sucesso da diversidade das Angiospermas.

A típica estrutura floral das Angiospermas é monoclina, com pistilos e estames inseridos no mesmo receptáculo. Neste caso as sépalas tem a função de proteger a estrutura e as pétalas de atrair polinizadores.

A partir da flor primitiva (de estrutura básica) houve a evolução: redução do número de elementos; disposição espiralada dos elementos passando à disposição cíclica; pétalas indiferenciadas se diferenciando em cálice e corola; mudança de simetria da flor de actinomorfa para zigomorfa; formação de um hipanto que gradualmente se funde ao ovário com modificação do ovário súpero para ovário ínfero e reunião das flores em inflorescências.

Partes da Flor

Considera-se a flor como sendo um ramo de crescimento determinado, que está localizado na porção terminal do caule, de um ramo caulinar ou axilar. Durante a evolução do vegetal como um conjunto, as folhas, os nós, os entrenós desse ramo foram se modificando profundamente, dando origem ao que conhecemos hoje como “flor”.

Uma flor quando é completa apresenta as estruturas abaixo ilustradas:

Estruturas de uma flor. Ilustração: Designua / Shutterstock.com [adaptado]

  • Pétala: unidade da corola.
  • Sépala: unidade do cálice.
  • Perianto: formado pelo cálice e a corola, auxiliam no processo reprodutivo.
  • Receptáculo: porção dilatada do extremo do pedúnculo, onde se inserem os verticilos florais.

Os nectários, responsáveis pela produção do néctar, são formados no receptáculo ou em outras partes da flor.

  • Pedúnculo: está posicionado abaixo do receptáculo e é o eixo de sustentação da flor.
  • Estigma: é a área receptiva do pistilo das flores, onde o grão de pólen inicia a germinação do tubo polínico. Pode estar posicionado no ápice do pistilo, ou lateralmente. É a parte achatada do carpelo, situada na sua extremidade superior; possui um líquido pegajoso que contribui para a fixação do grão de pólen.
  • Antera: é a parte final do estame nas flores. Formam uma espécie de “saco” que é revestido internamente por um tecido esporogênico. É aqui que são produzidos os grãos do pólen. Essa estrutura floral é dividida em um ou dois compartimentos onde o pólen é armazenado.

A antera “protege” o pólen até seu maturamento completo. Quando isto ocorre à antera se abre para liberar o grão já maduro. Esta abertura pode ocorrer de algumas maneiras:

  • Abertura rimosa: esta é a abertura mais comum. Neste caso a antera simplesmente sofre uma abertura no sentido longitudinal.
  • Abertura poricida: neste caso a antera se abre em poros, comumente no ápice.
  • Abertura valvar: neste caso a antera apresenta uma forma muito rara de deiscência, resultando no destaque parcial de certos pedaços da superfície da estrutura, que abre-se em seguida como uma válvula.

As anteras e seus processos, junto à sua cor e cheiro, são parte principal do processo de atração de polinizadores.

Bibliografia:

VIDAL, Waldomiro Nunes & VIDAL, Maria Rosária Rodrigues (1990). Botânica organografica: quadros sinóticos ilustrados de fanerógamos. (3 ed.).

http://www.scribd.com/doc/4122853/Partes-de-Uma-Flor-Completa

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 Partes de uma planta 03

Fruto

Por Marilia Araújo

Os frutos são estruturas que protegem as sementes nas Angiospermas. Derivam do ovário das flores. Depois da fecundação dos óvulos no interior do ovário há um crescimento deste, que se dá por ação dos hormônios vegetais. É nessa fase que se inicia o processo de composição do fruto: estrutura, cores, consistência e sabores.

Quando as sementes já estão prontas (maduras) pra germinar, o fruto se rompe liberando-as para o solo, ou então estão prontos para serem ingeridos por outros animais. Sendo assim, pode-se concluir que a principal função do fruto é justamente proteger a semente enquanto ela se desenvolve. Mas também é responsável pela sua disseminação e pode ainda armazenar um reserva nutritiva.

Todo fruto apresenta uma estrutura básica:

  • Epicarpo: é de fato a porção mais externa do fruto, oriunda da epiderme da folha carpelar. Normalmente é uma camada membranácea e muito fibrosa.
  • Mesocarpo: é a porção intermediária (entre o epicarpo e o endocarpo). Às vezes armazena alguma substância de reserva. Oriunda dos parênquimas da folha carpelar.
  • Endocarpo: é a porção (camada) mais interna, geralmente mais rígida, envolve a semente. Oriunda da epiderme interna do ovário.

Partes do fruto. Foto: nednapa / Shutterstock.com [adaptado]

Existem muitos frutos e, portanto, muitas maneiras de classificá-los. Abaixo segue alguns exemplos:

Quanto à composição

– Frutos simples: são frutos oriundos do desenvolvimento do pedúnculo ou do receptáculo de uma única flor. Ex.: Limão, pera, maracujá, maçã, mamão.

Mamão, fruto simples. Foto: chevanon / Shutterstock.com

– Frutos compostos: são frutos que se originam do desenvolvimento do receptáculo de uma única flor, porém com muitos ovários. Ex.: Morango.

Morango, fruto composto. Foto: Tim UR / Shutterstock.com

– Frutos múltiplos ou infrutescências: neste caso estes frutos se originam a partir do desenvolvimento de ovários de muitas flores de uma mesma inflorescência, e crescem juntos, unidos. Ex.: figo, amora e abacaxi.

Abacaxi. Foto: Viktar Malyshchyts / Shutterstock.com

Quanto à abertura

  • Frutos deiscentes: são os frutos que se abrem após a maturação para liberar as sementes. Quase sempre são secos. Ex.: Castanha.
  • Frutos indeiscentes: são os frutos que não se abrem. Podem ser secos, carnosos ou lenhosos. Ex.: Laranja.

Frutos carnosos podem ser:

  • Baga: frutos que apresentam um ou mais carpelos, com uma ou mais sementes. Ex.: Tomate, uva, laranja, abóbora.
  • Drupa: um só carpelo, uma só semente, concrescida com o endocarpo. Ex.: Ameixa, azeitona, pêssego.

Semente

 

Por Marilia Araújo

 

Nas gimnospermas e angiospermas o óvulo já amadurecido é denominado semente. Em um aspecto geral podemos determinar três partes componentes distintas nas sementes: o tegumento, o embrião e o endosperma. O embrião tem um papel singularmente principal, pois é a partir dele que a planta se desenvolverá no instante em que todas as condições ambientais (temperatura, umidade…) se tornarem favoráveis ao seu crescimento. E até que seja esta transformação totalmente completada, este vegetal se sustentará nutricionalmente graças a uma reserva de alimentos (óleo, amidos e proteínas) originada pelo endosperma.

Algumas espécies de vegetais tem seu embrião encoberto pelo endosperma durante todo o processo de crescimento, mas em outras espécies o embrião acaba absorvendo todo o endospermna para dentro de si. Esses últimos, quando maduros, não apresentarão endosperma. Um exemplo de plantas sem endosperma é o feijão. Já um exemplo bem contundente de plantas com endosperma é o pinheiro.

Quando o embrião está pronto é possível observar duas partes componentes distintas: radícula e gêmula. Durante o processo de germinação a estrutura que surge primeiro é a radícula que dará origem à raiz, e posteriormente a gêmula que é responsável pela formação do caule e das folhas.

Com certa desvantagem em procurar alimento e propiciar sua reprodução, se comparada aos animais, às plantas possuem um mecanismo diferenciado de perpetuar sua espécie e sobreviver no ambiente em que está semeada. Tendo isto em conhecimento é fácil pensar que a semente precisa estar preparada para adversidades climáticas, intempéries ambientais ou qualquer outro fator determinante de um possível insucesso germinativo. Para tanto, muitas sementes aguentam invernos rigorosos ou verões lancinantes com uma estrutura protetiva eficaz. O sucesso reprodutivo de cada espécie é tão particular quanto suas estratégias para alcançá-lo. Algumas simplesmente apostam na quantidade: quanto mais melhor, uma regra básica e que também funciona. Outras não produzem tantas sementes, porém as elaboram melhor e mais resistentes.

Enfim, seja quantitativa ou qualitativamente as plantas sempre encontram um jeito de fazer com que suas sementes cheguem ao destino certo e germinem na hora exata, garantindo o sucesso reprodutivo para a espécie.

 

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