A arte de transformar árvores em miniaturas. Disso o professor Paulo Roberto Schweitzer, 51, entende muito bem. Desde os 13 anos de idade, Schweitzer se envolveu nesse “pequeno” mundo do Bonsai. Ele conta que a relação dele com a técnica originária do Japão iniciou quando comprou um livro sobre bonsai em espanhol. “Foi hilário! Um garoto que mal sabia ler tentando fazer bonsai com um livro em língua estrangeira”, relembra contente.
Paulo é autor do site mybonsai.com. Lá ele escreve sobre as espécies, estilos, cuidados e também dá dicas sobre o assunto. “O site foi criado para duas coisas: divulgar a arte do bonsai em um único local, e para reunir registros das nossas plantas de forma individual. Atualmente contém o maior banco de dados sobre espécies voltadas ao bonsai da língua portuguesa. Sendo acessado em 77 países, com destaque para a Europa, Japão e EUA”, complementa.
E para quem quer ficar por dentro da técnica, em 03 de junho deste ano, o bonsaísta vai ministrar um curso na Flora Shizué, localizada na Avenida Laguna, nº 980, Lírio do Vale I. “Pretendo mostrar que o bonsai é algo que pode ser feito por qualquer pessoa. Desmistificando, assim, que o mesmo e só para a elite ou para especialistas. Também pretendemos trabalhar plantas estilizando e ajudando aos alunos a terem seu primeiro pré-bonsai”, argumentou.
Orientações
Para cultivadores da região Norte, 31 espécies são recomendadas (veja algumas no Box ao lado). Para os iniciantes, Paulo recomenda as espécies: Ficus Retusa, Caliandra, Piracanta, Primavera, Pingo de ouro, Carmona e Jabuticaba. Schweitzer faz um alerta que um dos fatores determinantes para limitar o cultivo é o clima. Por isso, ele orienta que as pessoas fiquem atentas para as espécies recomendadas para cada região, pois “algumas plantas carecem de inverno para o período de dormência, já outras com o frio, morrem”, explica.
“Quem está iniciando deve em primeiro lugar (isso seria o ideal) ler sobre as espécies adequadas à sua região. Depois fazer um curso básico ou pelo menos assistir um dos cursos postados no YouTube. Só eu tenho dois postados”, acrescenta Paulo que também é professor de judô.
Vasos e ferramentas
De acordo com o bonsaísta, a planta deve ficar logo no início no vaso que vem do produtor. “Depois os colocamos em vasos mais simples que chamamos de vasos para treinamento. Eles são de queima em baixa temperatura e ou esmaltados com menor qualidade”, orienta.
Quanto às ferramentas, ele orienta que uma tesoura de poda e um alicate para cortar arames são básicos para os iniciantes. “Uma tesoura de ponta para desfolhar e cortar galhos finos. E se gostar mesmo da arte comprar um alicate de corte chamado alicate bola de corte lateral ele é polivalente e substitui dois alicates”, recomenda.
Quando realizar a poda? “Em sua maioria é feita no início da primavera. As espécies de folhas caducas são geralmente podadas no inverno. Contudo, podas de manutenção podem ser feitas em qualquer momento”, finaliza Paulo acrescentando que a troca de substrato se dá anualmente ou a cada dois anos. Já plantas formadas é em até cinco.
Espécies região Norte
Amora - Morus nigra
Cereja Anã - Eugenia matosi
Celtis - Celtis sinensis
Figo - Ficus carica
Jabuticaba Hibrida - Plinia trunciflora
Jabuticaba Sabará - Myrciaria jaboticaba
Jabuticaba Sabará - Myrciaria jaboticaba
Jambo - Syzygium jambos
Pau Mulato - Calycophyllum spruceanum
Pitanga - Eugenia uniflora
Randia - Randia formosa
Serissa Chinesa - Serissa phoetida
Serissa Variegata - Serissa phoetida