Nome Científico: Patagonula americana (Angiospermae)
Nomes Populares: Guajuvira, Apé-branco, Goarapovira, Guaiabi, Guaiabi-moroti, Guaiabira, Guaiaibira, Guaibi, Guaibi-branco, Guaiuíra, Guaiuvira, Guajibira, Guajubira, Guajuvira-preta, Guarapuvira, Guatuvira, Guavujira-branca.
Nomes vulgares no exterior: guajayvi, no Paraguai; guayaibí, na Argentina, e guayubira, no Uruguai.
Família: Boraginaceae
Categoria: Árvores, Árvores Ornamentais.
Clima: Equatorial, Subtropical, Tropical.
Origem: América do Sul
Altura: acima de 12 metros
Luminosidade: Sol Pleno
Ciclo de Vida: Perene
Classe: Magnoliopsida (Dicotiledonae)
Ordem: Lamiales
Etimologia: Patagonula provém da Patagônia, região austral e semiárida da Argentina, atribuída equivocadamente por Linnaeus como sendo o lugar de origem do tipo da guajuvira (Habitat in Patagônia Americes Australis) (Marchiori, 1995); americana provém do lugar geral do tipo (Smith, 1970).
Sinopse
A Guajuvira é uma árvore ornamental, nativa dos estados do sul e do sudeste do Brasil e que vêm sendo utilizada na recuperação de áreas degradadas, como espécie pioneira. Ela apresenta altura de 10 a 25 metros, com cerca de 75 cm de diâmetro de tronco e copa piramidal. Suas folhas são elípticas, coriáceas (textura de couro), glabras (sem pelos), verde-escuras, simples, curto-pecioladas e com margens serrilhadas. As inflorescências, do tipo panícula terminal, reúnem flores tubulares, brancas, muito perfumadas. A floração ocorre na primavera. Os frutos são cápsulas secas e subglobosas que surgem logo após a floração e são naturalmente distribuídos pelo vento. A Guajuvira é uma árvore elegante, decídua, de folhas pequenas e floração decorativa. No paisagismo, quando plantada isolada, sem o sombreamento da mata, ela desenvolve-se com múltiplos caules, desde o solo. Seu crescimento é lento, característica comum a árvores com madeira de boa qualidade. A madeira da Guajuvira é escura, densa, pesada, dura, mas apresenta elasticidade e é fácil de trabalhar. É também muito durável, podendo ficar exposta a intempéries e até mesmo submersa ou enterrada. Ela é aproveitada em construções, em vigas, moirões e no fabrico cabos de ferramentas. Deve ser cultivada sobre sol pleno, em solo fértil, profundo, úmido, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente por pelo menos um ano após o plantio no local definitivo. Não tolera solos secos ou encharcados. Frequentemente acometida por erva-de-passarinho. Multiplica-se por frutos (sementes), colhidos quando estiverem ficando amarronzados e semeados logo após a colheita. Germina em 15 a 20 dias.
Visão completa
Descrição
Forma biológica: árvore sem caducifólia, com 10 a 15 m de altura e 20 a 40 cm de DAP, podendo alcançar até 30 m de altura e 100 cm de DAP, na idade adulta.
Tronco: raramente cilíndrico geralmente tortuoso e irregular, com reentrâncias na base, caneluras, com quinas até 1,5 m de altura acima da base.
Fuste geralmente curto e irregular quando essa espécie cresce isolada, mas na floresta, chega até a 10 m de comprimento. Quase sempre apresenta ramos rebrotando do tronco.
Ramificação: racemosa. Copa estreita, alongada, ascendente (corimbiforme), densamente ramificada, muito típica.
Casca: com espessura de até 8 mm A casca externa é geralmente grisácea, mais raramente escura, levemente fissurada no sentido longitudinal, formando placas retangulares descamantes. A casca interna é branca a amarelada, com estrias fibrosas.
Folhas: simples, alternas, oblongo-elípticas, subcoriáceas, discolores, com as bordas suavemente serreadas do meio para o ápice e agrupadas sobre os ramos, com 3 a 10 cm de comprimento e 1 a 3 cm de largura.
Flores: perfumadas, brancas ou beges, com 5 mm de comprimento, reunidas em panículas terminais.
Fruto: drupa subglobosa, com ápice agudo formado pela base persistente do estilete, com 4 a 6 mm de comprimento, acompanhado sempre do cálice — persistente e semelhante a uma hélice — e das pétalas, o que facilita a disseminação pelo vento.
Semente: globosa, com até 3 mm de diâmetro e 5 mm de comprimento, marrom-escura, com um prolongamento pontudo no ápice.
Biologia Reprodutiva e Fenologia
Sistema sexual: planta hermafrodita.
Vetor de polinização: principalmente as abelhas e diversos insetos pequenos.
Floração: de julho a outubro, no Estado de São Paulo; de setembro a outubro, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul e, de outubro a novembro, no Paraná.
Frutificação: frutos maduros ocorrem de outubro a dezembro, no Rio Grande do Sul; de novembro a fevereiro, no Paraná; de novembro a dezembro, em Santa Catarina e, de dezembro a janeiro, no Estado de São Paulo. O processo reprodutivo inicia por volta dos 5 anos de idade, em plantio.
Dispersão de frutos e sementes: principalmente anemocórica, pelo vento e também autocórica, notadamente barocórica, por gravidade.
No Brasil, essa espécie ocorre nos seguintes Estados.
Solos
Patagonula americana ocorre naturalmente em solos secos e profundos, sendo encontrada, também, em solos rasos.
Em plantios experimentais, tem crescido melhor em solos de boa fertilidade química, com propriedades físicas adequadas, bem drenadas e com textura de areno-argilosa a argilosa. Devem ser evitados os solos hidromórficos.
Produção de Mudas
Semeadura: recomenda-se semear em sementeiras e depois repicar as plântulas para sacos de polietileno de dimensões mínimas de 20 cm de altura e 7 cm de diâmetro, ou em tubetes de polipropileno de tamanho médio.
A repicagem deve ser efetuada 2 a 3 semanas após a germinação, quando aparecem as folhas definitivas. Mudas em raiz nua apresentam bom pegamento no campo.
Germinação: epígea, com início entre 12 a 78 dias após a semeadura. O poder germinativo é, em média, 80%, atingindo até 100%. As mudas atingem porte adequado para plantio, cerca de 4 meses após a semeadura.
Propagação vegetativa: é feita por estaca de galho. Apresenta, também, bom pegamento por estacas altas, tipo mourão, com brotação e enraizamento (Nogueira, 1977).
Principais Pragas e Doenças
Pragas: plantios experimentais em Cianorte, no noroeste do Paraná, e em Laranjeiras do Sul, no centro-sul do mesmo Estado, foram afetados pelo serrador Oncideres dejeani (Coleoptera: Cerambycidae) com danos severos, comprometendo o crescimento em altura das plantas.
Em Santa Helena, oeste do Paraná, também foi assinalado ataque do serrador (Oncideres sp.) (Zelazowski & Lopes, 1993).
Doenças: a guajuvira é muito atacada por erva-de-passarinho, notadamente Phoradendron linearifolium.
(observação é escolhida por mim do que já vi isso não significa que não possa ser feito em outros estilos)